EUA: após Senado, Câmara também aprova elevação de teto da dívida em US$ 480 bi
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira, 12, uma medida para elevar o teto da dívida do país em US$ 480 bilhões. Foram 219 votos favoráveis e 206 contrários. O projeto, que já havia passado no Senado, vai agora para a sanção do presidente americano, Joe Biden.
Em meio a um impasse político entre democratas e republicanos, a legislação resolve o problema apenas de forma temporária. Segundo cálculos do Tesouro do país, o novo limite para emissão de títulos de dívida permite o cumprimento de obrigações até o dia 3 de dezembro, quando haveria novamente um risco de calote do governo dos EUA, algo que nunca ocorreu. As consequências desse cenário extremo poderiam ser uma crise financeira e uma recessão econômica.
Na semana passada, após a medida ser aprovada no Senado, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, havia dito que os deputados poderiam ter de voltar mais cedo do recesso legislativo para votar o aumento do limite de endividamento do Tesouro.
Antes da declaração de Pelosi, o senador Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, havia anunciado um acordo entre democratas e republicanos para suspender o teto até o dia 3 de dezembro. Essa solução temporária para o imbróglio político que parou Washington nas últimas semanas foi oferecida pelo líder do Partido Republicano na Casa, Mitch McConnell.
O oposicionista propôs o pacto após Biden reunir na Casa Branca os CEOs de grandes empresas, como JPMorgan, Citi e Nasdaq, para debater o assunto. Os executivos alertaram para as consequências econômicas de um calote dos EUA caso o limite de endividamento do Tesouro não fosse elevado e pediram que o Congresso resolvesse o imbróglio.
Nas contas da secretária do Tesouro, Janet Yellen, o governo poderia perder a capacidade de cumprir suas obrigações de dívida a partir do dia 18 de outubro, sem a medida aprovada hoje. Portanto, o prazo para evitar o calote era curto. Desde agosto, quando expirou a suspensão anterior do teto, o Tesouro tem usado “medidas extraordinárias” para pagar despesas, já que está impedido de contrair nova dívida.