• Tapete vermelho

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  • 03/03/2016 12:55

    Convivemos com um grande amigo que, embora tivesse conosco trabalhado, acabou por trocar o serviço público pela empresa privada.

    Relatou-nos o mesmo, logo que a troca foi levada a termo, que muito estranhou o comportamento dos colegas e do executivo da empresa, diga-se de passagem, de grande porte, acolhendo um contingente de mais de quinhentos empregados.

    A adaptação, como dissemos, não foi fácil, pois os métodos de trabalho eram muito diferentes daqueles com os quais o amigo estava acostumado a conviver.

    Diante de sua formação profissional de administrador de empresas, foi lotado no setor de serviços gerais, ficando sob sua responsabilidade compras, reparos e tudo o mais relativo à área sob sua supervisão.

    Contou-nos, também, que certa vez fora chamado pelo executivo da empresa solicitando-lhe que providenciasse a troca do tapete de seu gabinete.

    Novo na entidade, não pestanejou e logo procedeu à tomada de preços, objetivando o atendimento da ordem recebida.

    Tudo terminado, tapete novo na sala do chefe. Missão cumprida.

    Ocorre, entretanto, que transcorridos seis meses, foi novamente chamado pelo mesmo dirigente para atender a uma ordem de igual teor, vez que o tapete da cor verde, segundo o chefe, estava a cansar os seus olhos.

    Partiu o amigo, então, para nova investida e novo tapete foi colocado, agora da cor azul, conforme lhe houvera sido recomendado.

    E, pasmem, caros leitores, que uma terceira vez ocorreu, todavia, a cor do tapete, nesse ensejo, seria da cor vermelha.

    Moral da história: nosso amigo acabou por formular o pedido de demissão da empresa; o executivo, mais tarde, quedou desempregado e, a nosso pedido, depois de narrar o fato a um inspirado poeta, o mesmo acabou escrevendo: “o valor do cidadão, não se tem pelo tapete, que se estende pelo chão, do seu lindo gabinete”.

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