• Ciro minimiza ataques que sofreu em ato e pede trégua entre oposição

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  • 03/10/2021 16:13
    Por Aramis Merki II / Estadão

    O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) minimizou os ataques que sofreu após discursar na Avenida Paulista no ato que pedia o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, no sábado, 2. Ele era o único já declarado pré-candidato ao pleito de 2022 presente no evento, articulado por nove partidos.

    “Não vamos dar importância ao que aconteceu ontem. Nosso inimigo é o Bolsonaro. Precisamos proteger nossa democracia. Nós vamos precisar de todo mundo”, afirmou em coletiva no período da tarde deste domingo, 3.

    Ciro propôs à militância que não dê relevância ao que ‘não tem centralidade’.

    “As diferenças com o PT serão cada vez mais profundas e insuperáveis, mas proponho à militância (do PDT) uma ampla trégua”, disse.

    Ele comparou a situação do sábado com a participação no protesto promovido pelo Movimento Brasil Livre (MBL), no dia 12 de setembro: “Precisamos da mobilização de todos. Foi com esse espírito que aceitei o convite do MBL. Não superamos nossas diferenças e não fomos tomar cerveja depois do ato.”

    Depois da participação no ato, o carro em que estavam Gomes e o presidente nacional do PDT, Antonio Lupi, foi atingido por garrafas e pedaços de pau.

    Segundo Lupi, os autores do ataque eram militantes com camisas do Partido dos Trabalhadores (PT). Nas redes sociais, ainda no sábado, ele classificou a tentativa de agressão como “infantil, anti-democrática e perigosa”. “Fui ministro de Lula e Dilma, mas tenho o direito de construir uma alternativa com Ciro Gomes”, escreveu.

    Antes, na Paulista, o discurso do ex-governador cearense foi recebido com vaias e aplausos, além de gritos de “Lula” e arremesso de objetos.

    Em cima do trio elétrico que também recebeu Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), Gomes disse: “O povo brasileiro é muito maior que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo.”

    Antes, o pedetista havia sido criticado na fala das lideranças do Partido da Causa Operária (PCO), também organizador do protesto.

    Outros candidatos da última eleição presidencial, como Guilherme Boulos e Marina Silva (Rede), manifestaram repúdio aos ataques e prestaram solidariedade a Gomes.

    Outros políticos, como o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, também fizeram declarações.

    Carta assinada pelos presidentes de entidades sindicais também criticou a hostilidade.

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