• Oito assessores negociam delação premiada

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  • 08/06/2017 10:00

    Oito assessores presos na terça-feira (6) suspeitos de participarem de um esquema de corrupção na Câmara Municipal já estão negociando com o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE-RJ) acordos de delação premiada. Com os depoimentos, os integrantes da força tarefa que investiga os crimes no Legislativo acreditam que novos nomes e provas dos crimes possam ser reveladas.

    Os assessores foram presos por policiais civis junto com outros cinco funcionários da Câmara Municipal e o ex-vereador Marcos Luiz Bernardes Souza, o Montanha (SD). O grupo é acusado de peculato (desvio de dinheiro público), concussão, associação criminosa e falsificação de documentos. 

    Durante a operação foram presos: Daiene Sibernagel Pacheco, Cristina Telles Rodrigues, Fernanda Zapalla, Leonardo Cataldo da Costa Souza, Abrahão Paschoalete da Silva Muniz, Paula Rizzo Jacob, Paulo Sérgio de Araújo Rizzo, Eugênio José da Costa Júnior, Ana Ruth Beliani Chaves Valério, Max de Freitas Valério, Josemar Bernardes Pinto, Odilene de Souza Serafim e Luiz Carlos Valério Júnior. Todos foram transferidos na tarde de ontem (7) para presídios na cidade do Rio de Janeiro.

    Os pedidos de prisão temporária foram feitos pelo Ministério Público Estadual e assinadas pelo juiz da 1ª Vara Criminal Afonso Botelho. A ação é um desdobramento da operação Lava Jato Petropolitana que investiga um esquema de corrupção na Câmara de Vereadores. A prisão é por cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco. Neste período as investigações avançam e caso os crimes sejam confirmados o judiciário poderá decretar a prisão preventiva dos suspeitos.

    Montanha é acusado de contratar funcionários fantasmas e de extorquir assessores, exigindo que devolvessem parte dos seus salários. Os investigadores chegaram até o ex-vereador após a denúncia de uma assessora. Ela procurou espontaneamente o Ministério Público Estadual e ofereceu informações sobre o esquema de corrupção dentro da Câmara Municipal. A assessora assinou um acordo de delação premiada e a partir daí as investigações começaram.

    A assessora procurou o MPE após a prisão, em março deste ano, do ex-vereador Osvaldo do Vale, Vadinho (PSB), e cinco assessores – Marcos Antônio Felix da Silva (Marquinho), Angela Regina Borsato dos Santos, Jaqueline Batista de Jesus, Luiz Otávio da Costa Penna e José Carlos Fernandes de Sá. Todos assinaram acordos de delação premiada e já estão soltos. Vadinho também foi solto após a justiça aceitar um pedido de habeas corpus feito pela sua defesa, alegando idade avançada (ele tem 75 anos) e problemas de saúde.

    No dia 29 de maio, a Câmara Municipal recorreu a decisão alegando que a implantação do ponto biométrico comprometeria o desempenho das atividades dos cargos dentro dos gabinetes dos vereadores. De acordo com a Câmara, os assessores representam os vereadores nas comunidades o que inviabilizariam o controle da frequência por meio do ponto biométrico. No documento, o Legislativo pede que a medida seja adotada apenas para os cargos efetivos e comissionados.

    Em resposta à petição protocolada pela Câmara Municipal, na última sexta-feira (2), o juiz da 4ª Vara designou uma audiência especial para a tarde de hoje (8), quando o assunto será tratado. Além dos representantes do Legislativo também devem comparecer integrantes do Ministério Público. 

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