• Ex-vereador Montanha e 13 assessores são presos em Petrópolis

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 06/06/2017 18:20

    O ex-vereador Marcos Luiz Bernardes Souza, o Montanha (SD) foi preso na manhã de hoje (6) junto com 13 assessores. O grupo é acusado de peculato (desvio de dinheiro público), concussão, associação criminosa e falsificação de documentos públicos. As prisões temporárias, anunciadas com exclusividade pela Tribuna na edição de terça, foram pedidas pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE-RJ) e assinadas pelo juiz da 1ª Vara Criminal Afonso Botelho. A ação é um desdobramento da operação Lava Jato Petropolitana que investiga um esquema de corrupção na Câmara de Vereadores.

    As prisões foram feitas pela Polícia Civil nas primeiras horas da manhã de hoje em nove bairros: Itaipava, Nogueira, Mosela, Centro, Alto da Serra, São Sebastião, Siméria, Independência e Parque São Vicente. Montanha e os assessores estavam em suas residências quando foram presos. Os agentes também apreenderam documentos na casa do ex-vereador, no bairro Independência. Eles foram ouvidos pelos investigadores na 105ª e 106ª Delegacias de Polícia e amanhã devem ser transferidos para penitenciárias no Rio de Janeiro. As prisões temporárias são válidas por cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco. Neste período as investigações contra o grupo continuam. Caso os crimes sejam comprovados, pode ser pedida a prisão preventiva dos suspeitos.

    Durante a operação foram feitos: Daiene Sibernagel Pacheco, Cristina Telles Rodrigues, Fernanda Zapalla, Leonardo Cataldo da Costa Souza, Abrahão Paschoalete da Silva Muniz, Paula Rizzo Jacob, Paulo Sérgio de Araújo Rizzo, Eugênio José da Costa Júnior, Ana Ruth Beliani Chaves Valério, Max de Freitas Valério, Josemar Bernardes Pinto, Odilene de Souza Serafim e Luiz Carlos Valério Júnior.

    De acordo com a polícia dois suspeitos de participarem do esquema estão foragidos: Osmar Ligeiro Jacob que em abril foi nomeado pelo prefeito Bernardo Rossi como supervisor geral de esportes de rendimento do Instituto Municipal de Cultura de Esportes e Roberto Angelo Gazoni, líder comunitário do Independência, reduto eleitoral do ex-vereador.

    Montanha é acusado de contratar funcionários fantasmas e de extorquir assessores, exigindo que devolvessem parte dos seus salários. Os investigadores chegaram até o ex-vereador após a denúncia de uma assessora. Ela procurou espontaneamente o Ministério Público Estadual e ofereceu informações sobre o esquema de corrupção dentro da Câmara Municipal. A assessora assinou um acordo de delação premiada e a partir daí as investigações começaram.

    A assessora procurou o MPE após a prisão, em março deste ano, do ex-vereador Osvaldo do Vale, Vadinho (PSB), e cinco assessores – Marcos Antônio Felix da Silva (Marquinho), Angela Regina Borsato dos Santos, Jaqueline Batista de Jesus, Luiz Otávio da Costa Penna e José Carlos Fernandes de Sá. Todos assinaram acordos de delação premiada e já estão soltos. Vadinho também foi solto após a justiça aceitar um pedido de habeas corpus feito pela sua defesa, alegando idade avançada (ele tem 75 anos) e problemas de saúde.

    Vadinho e seus assessores também respondem pelos mesmos crimes de Montanha e seu grupo: peculato, concussão, associação criminosa e falsificação de documentos públicos. Assim como Montanha, Vadinho também é acusado de contratar funcionários fantasmas e exigir de seus assessores que devolvessem parte de seus salários.

    O esquema de corrupção na Câmara de Vereadores vem sendo investigado desde o   ano passado por uma força tarefa formada pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPERJ), Polícia Civil, Judiciário e recentemente pelo Grupo de Atuação Especial no combate ao crime organizado (Gaeco). O esquema foi denunciado por uma ex-assessora de Vadinho. Ela apresentou ao MPE documentos que comprovavam a extorsão.

    Outro ex-vereador citado no esquema de corrupção na Câmara Municipal é o Pastor Sebastião (PSC). As investigações começaram enquanto ele ainda ocupava o cargo de coordenador de Relações Institucionais da Prefeitura, mas devido a uma manobra política e assim garantir o foro privilegiado (quando é proibida a prisão salvo em crimes flagrantes) o ex-vereador pediu exoneração do cargo que ocupava retornando em maio à Câmara. Dias depois, uma decisão judicial da 4ª Vara Cível, determinou o afastamento do pastor que desde então está proibido de frequentar a Câmara. 

    Foto: Daiene Sibernagel Pacheco, Cristina Telles Rodrigues, Fernanda Zapalla, Leonardo Cataldo da Costa Souza, Abrahão Paschoalete da Silva Muniz, Paula Rizzo Jacob, Paulo Sérgio de Araújo Rizzo, Eugênio José da Costa Júnior, Ana Ruth Beliani Chaves Valério, Max de Freitas Valério, Josemar Bernardes Pinto, Odilene de Souza Serafim e Luiz Carlos Valério Júnior.

    Últimas