Notícias do Corpo: Mitos e comportamentos suicidas
Esse mês segue a campanha brasileira “setembro amarelo” de prevenção ao suicídio iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. Infelizmente, por conta da pandemia e o isolamento social cresceu o número de casos de depressão e suicídio. A pergunta é: Será que uma pessoa prestes a cometer o suicídio apresenta alguma característica suspeita? A resposta é sim. Pessoas mais próximas precisam estar atentas a comportamentos suicidas que passam desapercebidos: 1) Frases como “não aguento mais”, “eu queria sumir”. 2) Mudança brusca de comportamento. 3) Quem já tentou ou pensou em suicídio precisa de ajuda. Adolescentes também passam por isso e muita gente ignora achando ser só uma “aborrescência”. 4) Simulação de melhora repentina. Uma pessoa que está em tratamento de repente diz que está “numa boa” querendo passar um final de semana na praia ou participar de eventos esportivos, pode estar preparando o suicídio fazendo as pessoas em volta relaxar a guarda. 5) Atenção! Estatisticamente os homens são mais efetivos do que as mulheres. Ou seja, procuram forma efetiva de suicídio. Enfim, um problema muito sério agravado com a pandemia. Além disso, alguns mitos acompanham o fato. O primeiro deles é que quem tenta o suicídio não queria se matar. É mito. Queria sim! A maioria dos suicidas, segundo a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, já tinham dado alguma pista anteriormente. Outro mito é achar que atleta não entra em depressão. Apesar da atividade física ser uma das formas de tratamento a atividade física de alta intensidade pode conduzir à depressão. Não são raros casos pós-maratona. A depressão pode levar ao suicídio e tem tratamento definitivo. A socialização através do esporte, da religião (qualquer uma) e principalmente acompanhamento médico pode controlar a doença e afastar em definitivo o sentimento suicida. Quem se dispõe ajudar alguém nessa situação a primeira regra é OUVIR SEM JULGAR. Não falar no assunto é um erro. Abordar o tema adequadamente ajuda na prevenção. Depressão NÃO é “frescura”. É doença séria que precisa de acompanhamento médico e muita atenção da família. Prof. Moraes
Literatura Sugerida
BOTEGA, Neury José. Comportamento suicida: epidemiologia. Psicologia Usp, v. 25, n. 3, p. 231-236, 2014.