Mestre centenário

Meu colega de Magistério, das lides do Direito, da Pesquisa Histórica, da Literatura, do serviço público, confrade acadêmico e amigo Paulo Machado da Costa e Silva, está completando 100 anos de idade.

Cem anos, privilégio de poucos e diante da lucidez, garra e disposição do grande mestre, muito temos para comemorar. Ele nada mudou, continua o mesmo, dá lições de vida, de otimismo, de solidariedade, de humildade e de trabalho. Um guerreiro, um herói que avança pelo século XXI a dentro dando testemunhos de honradez e belos exemplos sem conta para todos que o admiram e seguem.

Sua biografia está por toda a parte, em muitas publicações e, acima de tudo, no coração de seus alunos, confrades e familiares. Um homem digno, culto, de bem com a vida e amigo, sempre amigo disposto a ajudar os semelhantes.

Homem de família, de bela prole, católico fervoroso, professor daqueles antigos que de tudo sabiam e cobriam horários de faltosos professores em muitas matérias, principalmente do ramo das ciências humanas, possui invejável currículo de vida que honra o Município, o Estado, o País e, especialmente, o coração de todos que o respeitam e amam.

Ele, um humanista que jamais nega uma palavra de incentivo ou a troca de conhecimentos, por impressionante atualização de quem lê, conversa, discute, aprecia o conhecimento. E ama estar em movimento, andarilho sempre e lúcida mente aberta às inovações.

Nunca o tive como professor porque os colégios que frequentei não estavam no seu circuito, porém Paulo Machado tornou-se meu mestre nas sendas que juntos trilhamos, a partir da 1ª turma de Direito das Faculdades Católicas Petropolitanas, embrião da atual Universidade Católica de Petrópolis, quando, de 1954 a 1958 sentamos nos bancos universitários, participamos das atividades da criação e funcionamento do Diretório Acadêmico Rui Barbosa, participamos da monumental festividade dos 52 primeiros advogados formados em Petrópolis.

Em seguida tornei-me associado da Academia Petropolitana de Letras, recebido por Lourenço Luiz Lacombe e para a qual, mais tarde, levei Paulo Machado firmando a proposta de sua admissão ao quadro. Escrevendo sobre nossa história, fui proposto e conduzido ao corpo do Instituto Histórico de Petrópolis, pelos seus grandes dirigentes Professores Paulo Machado da Costa e Silva e Lourenço Luiz Lacombe. Em ambas as entidades participamos efetivamente de muitas diretorias e trabalhamos com afinco e muito amor na sodificação das duas agremiações.

No magistério, tive a honra de assumir turmas no Cenip, quando Paulo Machado foi à Europa em missão da Ordem Terceira de São Francisco durante seis meses, no espírito de amizade e estreita camaradagem.

Em serviço na Câmara Municipal de Petrópolis, em função de confiança e na participação no Conselho de Títulos e Honrarias, reencontrei Paulo Machado, ele conselheiro e assessor jurídico da Casa Legislativa, reeditando parceria em respeitoso e profícuo trabalho. Tive a honra de participar da inauguração da Sala das Comissões que homenageia Paulo Machado, por respeitado e querido ex-presidente da Câmara.

Pelo meu amigo e colega, centenário Paulo Machado da Costa e Silva, o meu respeito, a minha saudação, o meu carinho especial no transcurso dessa data tão cara para Petrópolis e anelada ao coração da imensa legião de seus admiradores.

A grande homenagem ao mestre ocorrerá no próximo dia 2 de junho, nas dependências do campus da UCP, rua Benjamim Constant, com missa festiva de ação de graças, a ser oficiada pelo nosso Bispo Diocesano Dom Gregório Paixão e solenidade onde proferirá a oração de saudação ao mestre, meu colega e amigo desde nossa risonha infância, o desembargador Dr. Miguel Pachá, tudo a partir das 18h30min.

Espero ver a capela de N. S. de Sion e o salão nobre da UCP repletos para a grande homenagem. Cem anos! Centenário! Magnífica efeméride para abraçar e saudar o grande mestre! Imperdível!