Faltam espaços para os enterros no cemitério
A família de um homem que morreu de câncer no último sábado (27) procurou a Tribuna para falar da falta de vagas para sepultamento no Cemitério Municipal de Petrópolis. Além do sofrimento pela morte do parente querido, muitos familiares não conseguiram acompanhar o cortejo porque o corpo foi enterrado numa parte do cemitério que fica distante e quase inacessível.O corpo de Carlos Alberto da Silva, de 52 anos, que era funcionário da concessionária de água e esgoto do município,foi sepultado às 14h do último domingo nas covas rasas do Cemitério Municipal. Para sua irmã, o problema da falta de vagas em gavetas representa falta de respeito. “Ele era trabalhador,foi trabalhar no seu último dia devida, lutava contra um câncer e não conseguiu resistir. Nós ficamos que nem loucos correndo atrás de gavetas, mas nos informaram que não tinha espaço e que por isso ele seria sepultado numa parte mais alta do cemitério” disse Maria das Graças Silva,irmã de Carlos. O que Graça não sabia era que seu irmão seria sepultado num trecho de covas rasas, bem longe dos portões do cemitério. “Na hora do enterroa gente foi andando, subindo sem parar. Minha mãe e minha tia começaram a ficar nervosas e muita gente não conseguiu subir. Havia muita lama e mato.Era escorregadio e o último adeus não foi como gostaríamos que fosse”, completou Graça.Tia de Carlos, Maria Lima, de 76 anos, teve que dizer“adeus” ao sobrinho de um lugar um pouco distante. Devido ao local do sepultamento, Maria não conseguiu chegar até a cova.“Tinham vários parentes nossos lá na hora, com problemas nas pernas, que não puderam acompanhar o enterro.Estava tudo cheio de lama e nem sabemos como ficou depois da chuvarada que caiu na tarde de domingo. A cova era tão rasa que nos deu ainda mais tristeza.Meu sobrinho não era indigente.É lamentável. Tem que ter alguma alternativa para que ninguém passe pelo que nós passamos”,completou Maria Lima.