• Moradores fazem protesto e pedem manutenção dos Correios na Posse

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  • 24/05/2017 12:20

    Moradores da Posse fizeram ontem à tarde uma manifestação contra o fechamento da agência dos Correios que fica no Centro do distrito. O movimento foi organizado pela própria comunidade e também contou com participação da diretoria da Associação de Moradores e Amigos da Posse (Amap). Com cartazes nas mãos, a população pedia a revisão da decisão de encerrar as atividades da agência, que hoje presta outros serviços, incluindo o recebimento de contas. É importante lembrar que a Posse já não conta mais com banco nem loterias.

    Tânia Kling, que mora há 12 anos na Posse, foi uma das organizadoras da manifestação. Ela tem um filho portador de necessidades especiais e, sem os Correios, terá quer recorrer a outro município para pagar contas. “Vai dificultar muito a nossa vida. Temos muitos problemas na Posse, muita coisa que precisa ser resolvida nessa comunidade e nos bairros próximos. Sou mãe de criança especial e toda hora tenho um problema para resolver. Assim como eu, toda a comunidade da Posse precisa desses direitos, desses serviços, porque somos um distrito. 

    Se não tivermos os Correios aqui vamos ter que gastar mais de R$ 8 com passagens, cada dia que formos resolver alguma coisa ou pagar alguma conta. É um absurdo o que estão fazendo”, lamentou Tânia, em tom de desabafo. 

    A vendedora Regina Alemida, que mora na região do Brejal, contou que, sem os Correios na Posse, terá que pagar mais de R$ 10 para ir até Areal resolver os problemas com relação às contas. “São R$ 8 de ônibus daqui do Brejal e mais o valor da passagem para Areal. Tenho que ir a outra cidade resolver o que o lugar onde moro não oferece. É lamentável. A Posse é um distrito grande. Tem muitos bairros e os moradores têm suas necessidades. Não é qualquer um que pode deixar filhos em casa e sair para longe só para pagar contas, coisas que fazemos quase toda semana. É conta de água, de luz, boletos, e várias despesas”, contou. Os Correios na Posse recebiam contas de até R$ 1 mil, além de possibilitar saques de benefícios e serviços de encomendas.


    Sem bancos, sem serviços 

    A Posse, que tem crescido nos últimos anos, depois das obras de reurbanização do trecho central do distrito, acaba lutando contra os problemas crescentes por falta de recursos. Hoje, quem mora lá e precisa pagar alguma conta acima de R$ 500 tem que recorrer a bancos em outras cidades, como Três Rios e Areal. “Ir para Petrópolis (centro) é inviável. Muito longe, muito trânsito, custo muito alto. Areal é a cidade mais próxima, e, portanto o melhor lugar para resolver as coisas. Mas para isso é preciso pegar ônibus ou ter carro. Não somos independentes. Tudo que for resolver temos que recorrer a outro lugar. É vergonhoso. Um lugar com grande potencial como o nosso. Um clima muito melhor que o de Petrópolis, um povo acolhedor, simples. O melhor que a cidade tem”, disse Jorge Couto, que mora há mais de 50 anos na região.



    Mais agências fechadas

    O anúncio sobre o fechamento da agência da Posse foi feito pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), por meio da assessoria de imprensa, na semana passada. Além da Posse, o Alto da Serra também perderá a agência até o fim do ano. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos, esse número pode ser ainda maior, já que as unidades de Pedro do Rio e Cascatinha também correm o risco de ter atividades encerradas. Ao todo mais de 50 mil pessoas devem ser afetadas com a falta do serviço, só em Petrópolis. Outras cidades do Estado também estão na lista, como Nova Friburgo e Duas Barras. Pelo menos 250 agências serão fechadas em todo o país. 

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