• Depois de quatro desmoronamentos de pedras, solução ainda será definida

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  • 23/05/2017 11:35

    O trecho da rodovia BR- 040 onde houve um deslizamento de pedras no último sábado passou ontem por uma avaliação para identificar possíveis riscos de novos deslizamentos. No entanto, segundo a concessionária, a análise é apenas preliminar e a solução ainda será definida. 

    O deslizamento de sábado chegou a atingir um veículo que passava pela estrada mas, por sorte, ninguém se feriu. A rodovia ficou fechada por mais de duas horas e o trânsito foi desviado para a Estrada União e Indústria, entre Areal e Itaipava. Esta foi a quarta vez que pedras se desprenderam do maciço rochoso na altura do km 50 da rodovia, na localidade conhecida como “Chafariz”, em Barra Mansa. Em 24 de março de 2012 pelo menos três mil toneladas de pedras destruíram as quatro faixas das duas pistas da autoestrada, que ficou fechada por mais de 48 horas.

    O trabalho movimentou cinco escavadeiras, nove caminhões e oito equipes de conservação. Depois de liberado, o trecho ficou em meia pista por meses, até que a obra de contenção feita pela Concer ficasse pronta. Depois de concluída a obra, em fevereiro de 2015, um novo deslizamento interditou parcialmente a pista sentido Rio. Na época, um caminhão e um carro foram atingidos, mas não houve feridos. Outros dois escorregamentos aconteceram nesses últimos anos, mas, mesmo assim, não foram feitas novas intervenções no local, deixando quem circula pela região apreensivo. A preocupação é com a instabilidade do maciço.

    Quem mora na Estrada União e Indústria, na localidade conhecida como Chafariz, guarda memórias traumáticas sobre os escorregamentos, que, por sorte, não deixaram mortos ou feridos. “É assustador. Parece um terremoto. Faz um barulho enorme. Da primeira vez, em 2012, eu estava dormindo. Foi 6h da manhã. Acordei pensando que o mundo estava desabando. Parecia um avião caindo. Depois disso, quando acontece, a gente já sabe até o que é, mas mesmo assim fica assustado. No sábado foi tanta pedra que a garagem de casas próximas ficaram cheias de pó. Espero que resolvam, porque a gente não corre risco, mas só de imaginar que pode ter alguém passando ali na hora a gente fica em pânico”, contou Letícia Costa, que mora há mais de 10 anos na região. Questionada, a Prefeitura de Petrópolis disse que está ciente da situação, mas alegou não ter ingerência sobre a área da BR-040, que é privatizada. 

    Apesar disso, o órgão disse em nota que vai oficiar a Concer, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), assim como a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional – para pedir providências quanto aos casos de deslizamento de pedras na rodovia.

    A Secretaria destacou que a Concer possui setor técnico de engenharia para avaliar a situação e que cabe também à Concessionária solicitar apoio ao setor de mapeamento de risco da CPRM (Serviço Geológico do Brasil) para verificar de forma mais definitiva que medidas devem ser adotadas para solucionar o problema.

    Já a Concer, que tem a responsabilidade sobre a rodovia, disse apenas que “uma avaliação preliminar foi feita, apesar do mau tempo. Mas a solução de engenharia para o local ainda será definida. Por ora, o trecho permanecerá em meia pista”. 

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