• Festival traz expressão da pandemia

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  • 19/08/2021 08:00
    Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão / Estadão

    Pelo segundo ano consecutivo, o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum acontece de forma online e gratuita, no kinoforum.org. “A pandemia no ano passado era uma emergência. E, neste ano, já é quase um modo de vida. O desafio é diferente”, disse Zita Carvalhosa, diretora do festival, ao Estadão. A edição, que começa nesta quinta-feira, 19, e vai até 29 de agosto, traz 200 filmes de 39 países, divididos em sessões temáticas. Entre os destaques, estão Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci, que ganhou menção especial no último Festival de Cannes, Seiva Bruta, de Gustavo Milan, escolhido o melhor curta latino-americano pelo Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos, Menarca, de Lillah Halla, exibido na Semana da Crítica em Cannes, e Estrasburgo 1518, de Jonathan Glazer (Sob a Pele).

    Segundo Zita Carvalhosa, não houve diminuição significativa de inscrições, nem por conta da pandemia, nem por conta do momento difícil para o audiovisual brasileiro. “O formato curta resiste melhor aos tempos de crise, porque seu modo de produção é menos encadeado com a cadeia econômica”, disse. Os acontecimentos do último ano e meio aparecem nos filmes. Vários lidam com o confinamento e com a busca do eu nesta nova realidade. Levando em conta a pandemia, o comitê de seleção também buscou produções que dessem prazer de assistir. “Não é que não haja filmes pesados. Mas existia essa linha de que a gente está abarrotado de coisas ruins e que esta pequena janela para o mundo podia trazer coisas não tão ruins”, disse Zita Carvalhosa.

    O festival destaca a representatividade, seja na Mostra Amotara – Olhares das Mulheres Indígenas ou no longa Sobre Olhares – Oficinas Kinoforum, trazendo um balanço da produção feita em comunidades de São Paulo nas últimas duas décadas nas aulas promovidas pelo festival. “É muito legal ver como o Brasil mudou nos últimos 20 anos, como as periferias mudaram, como as pessoas se expressam diferente, como há novas vozes. Esse olhar diverso é transformador e transforma o País. Não adianta a gente refutar algo que está acontecendo. Essas outras vozes são a solução para o Brasil.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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