Painel Djanira começa, enfim, a ser restaurado
Depois de cinco anos, o painel Djanira finalmente começou a ser restaurado. Os trabalhos começaram na segunda-feira (2), e a previsão é que sejam concluídos no início de 2022. A obra está em uma sala do Centro de Cultura Raul de Leoni e ficará ali até que toda a restauração seja finalizada. A intenção é que ela fique exposta para o público por um tempo e depois retorne para o auditório do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio.
O trabalho começou pelo verso do painel com o fechamento dos rasgos, retirada de suturas mal feitas, coloção de enxertos, limpeza entre outras intervenções. A coordenadora da restauração, a restauradora Cinthya Nascimento, explica que essa primeira parte do projeto dura cerca de duas semanas. “Depois vamos começar o restauro da frente do painel, que está em um estado pior de conservação com mofo, umidade e bem craquelado”, disse.
A empresa que está fazendo o trabalho – com o custo de R$ 498.690,39 – é a Anima Conservação Restauração e Artes Eireli, da cidade mineira de São João Del Rei, vencedora da licitação realizada este ano. Além da coordenadora do projeto, Cinthya Nascimento, outras duas pessoas trabalham nesta primeira etapa de restauração.
“Em oito meses conseguimos fazer a licitação e iniciar a restauração do painel Djanira, foi uma grande vitória. Depois que todo o trabalho estiver concluído a obra retorna para o Liceu, que também vai passar por reformas e estará com um espaço mais preparado para receber o painel”, disse o prefeito interino Hingo Hammes, que acompanhou o trabalho de restauração na manhã desta terça-feira (3).
A contratação do serviço de restauração é resultado de um termo de ajustamento de conduta firmado entre a Prefeitura de Petrópolis e o Ministério Público Federal (MPF) em 2016. Em 2017, o painel foi retirado do Liceu Municipal e colocado no Centro de Cultura de Raul de Leoni. A obra é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1982.
O painel de Djanira é uma das peças mais importantes já produzidas pela artista. Ela residiu em Petrópolis durante o período em que pintou o painel para o Liceu Municipal. Com 12,75 metros de comprimento e 3,50 metros de altura, com data de 1953, retrata paisagens e cenas típicas da cidade. Trazendo elementos que remetem à cidade, como o Museu Imperial, as carruagens, as fábricas de cerâmica e de tecido. A obra de arte é considerada de valor inestimável.