Autoescola terá 10 dias para esclarecer ao Procon Petrópolis fechamento sem comunicação prévia aos clientes
O Procon Petrópolis notificou a autoescola Atlantis a responder, dentro de 10 dias, o motivo de encerrar as atividades sem avisar previamente aos clientes. A unidade fechou as portas em dezembro, deixando diversos candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) mais distantes da possibilidade de conseguir o documento para poder dirigir. O órgão de defesa do consumidor vem recebendo sucessivas reclamações sobre a autoescola e tentou entrar em contato com o proprietário do estabelecimento durante cerca de um mês até conseguir que o empresário entrasse em contato.
As reclamações contra a autoescola começaram em dezembro do ano passado e foram intensificadas a partir de fevereiro. Isso aconteceu porque no fim de 2016 a unidade encerrou as atividades deixando, na porta, um bilhete comunicando aos alunos que reabriria em 17 de janeiro, o que não ocorreu. Segundo depoimento dos clientes lesados, ao entrar em contato com o dono da autoescola, foram informados que a empresa mudaria de endereço, mas até hoje eles estão aguardando o novo endereço.
“Tentamos inúmeras vezes entrar em contato com os números de telefone fornecidos pelos alunos, mas nunca fomos atendidos ou obtivemos retorno. Nossa equipe também compareceu há três endereços disponibilizados na internet que poderiam ser o local onde a autoescola poderia estar, trabalho feito em vão. Só depois de inúmeros tentativas de contato é que conseguimos que ele retornasse o contato do Procon”, explica o coordenador do órgão, Bernardo Sabrá.
As queixas entregues ao empresário deverão ser respondidas em 10 dias a contar desta sexta-feira (20/04). Elas foram divididas em dois blocos para a empresa tenha o tempo hábil de analisar caso a caso e dar uma resposta adequada. A intenção do Procon é conciliar cada um dos pedidos e encontrar uma alternativa adequada priorizando o direito do consumidor. Se os problemas não forem resolvidos poderá haver multa administrativa à empresa e até mesmo suspensão do alvará de funcionamento da autoescola.
“Pesquisamos o histórico da instituição e vimos que ela já é denunciada desde 2006 pela má prestação de serviço. É inadmissível esse tipo de situação na nossa cidade. Estamos buscando neste primeiro momento, de maneira amistosa, resolver a situação. Nossa intenção é que mais nenhuma pessoa que tenha o sonho de ter a habilitação fique decepcionada”, destaca Sabrá.
O estudante de engenharia, Frederick Souza, foi uma das pessoas que teve problemas com a autoescola. Ele investiu R$ 2.075, o dinheiro de um ano de economia, no pagamento da CNH em 13 de dezembro, dias antes da instituição fechar às portas. Na ocasião, ele havia sido informado que a própria autoescola faria os agendamentos no Detran e na clínica antes do Natal. Passada a data, o rapaz entrou em contato com a unidade e ninguém o atendeu.
“Fui à autoescola logo no início do ano e tive a primeira surpresa com o bilhete dizendo que retornaria apenas no dia 17 de janeiro. No dia 18 consegui retornar ao local e me deparei com a unidade ainda fechada. Por fim liguei para o celular do dono da empresa, que atendeu e disse que uma enchente havia destruído o simulador da autoescola e os demais equipamentos e, por isso, eles estavam alugando um outro local para se mudar”, afirma Frederick.
O estudante conta que pediu ao dono da unidade que devolvesse parte do dinheiro para que ele mesmo pudesse dar entrada na clínica e no Detran e que o dono da autoescola por sucessivas vezes disse que daria o dinheiro, mas parou de atender as ligações e, sequer, deu uma satisfação. O jovem chegou a perder uma oportunidade de emprego porque, para a vaga, era necessário ter a CNH.
“Eu cheguei a ir no local onde ele falou que havia alugado para funcionar a autoescola, mas lá continua com placa de ‘Aluga-se’. Nas últimas ligações ele me tratou com muita arrogância, como se tivesse me fazendo um favor. É um absurdo essa situação”, lamenta o rapaz.