Após críticas, Museu da Língua Portuguesa defende uso de linguagem neutra
Um post publicado no dia 12 pelo Museu da Língua Portuguesa em sua conta no Twitter provocou uma discussão sobre a aceitação de novos termos. No post, o museu, que reabre no dia 31 de julho, trata do uso da vírgula que, apesar de representar “uma pausa ligeira, respiro”, é também “um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma”.
O uso da palavra “todes”, nova forma neutra de gênero gramatical sem definição de gênero (masculino e feminino) e que permite a inclusão de pessoas não-binárias, provocou muitas críticas.
“Mudança em idioma tem que ser uma coisa natural e orgânica, não pode ser imposta e forçada”, escreveu uma usuária. “Talvez um dia esse ‘todes’ será incorporado naturalmente, mas hoje é só gíria de uma bolha. Hoje ‘todes’ não existe no nosso idioma.” Já outra completou:”O uso de ‘Todos’ assim como ‘Pessoas’ não faz exclusão”.
Houve quem apoiasse a iniciativa: “muito feliz por uma instituição tão importante e necessária reconhecer a necessidade de inclusão regional, cultural e de gênero pela língua”, escreveu um usuário.
Sobre o assunto, a instituição declarou, em comunicado: “Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade”.