Vice da Câmara, Marcelo Ramos rebate acusações de Bolsonaro sobre fundo eleitoral
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), rebateu a acusação do presidente Jair Bolsonaro de que ele seria o principal responsável pela aprovação de um orçamento de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral em 2022.
Ramos presidiu a sessão que deu aval na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano a um aumento de 185% em relação aos R$ 2 bilhões de dinheiro público destinados aos partidos nas disputas municipais do ano passado. É também mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído R$ 1,8 bilhão.
Ao deixar o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ficou internado para tratar uma obstrução intestinal, Bolsonaro acusou Ramos de atropelar a votação da LDO. Para o presidente, o parlamentar “passou por cima” e não pôs em votação um destaque que alteraria o texto para suprimir a previsão de reajuste do fundo eleitoral. Bolsonaro sinalizou que pode vetar o valor aprovado pelo Congresso.
“Eu não tenho muito tempo para ficar batendo boca com o presidente (Bolsonaro) por conta dessas palavras que ele joga ao vento. Mas quero lembrar com muita serenidade ao presidente que quem encaminhou a LDO com previsão de fundo eleitoral para o Congresso foi o governo dele. E quem articulou a votação na CMO para definir o valor e quem articulou a votação em plenário foram os líderes do governo dele”, respondeu Marcelo Ramos.
Uma tentativa de barrar o fundão eleitoral teve o apoio de apenas cinco partidos. Cidadania, PSOL, Podemos e PSL foram os únicos a apoiarem uma mobilização feita pelo Novo, para rejeitar o fundo de R$ 5,7 bilhões. Como a votação deste destaque foi simbólica, não é possível saber exatamente como votou cada parlamentar em relação a esse tema, especificamente.
A única votação nominal feita refere-se ao texto geral da LDO, que tratava de toda aplicação do dinheiro público no País, e não apenas de repasses para campanha. Marcelo Ramos lembrou hoje que apenas presidiu a sessão e argumentou que não houve protestos sobre a condução das votações pelos líderes do governo e nem pelo líder do partido do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Vale a pena lembrar que eu nem voto nessa matéria, porque só presidi a sessão. Quem votou a favor foram os filhos dele, tanto na Câmara (Eduardo) quanto no Senado (Flávio)”, acrescentou Ramos. “Ele (Bolsonaro) deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações”, completou o vice-presidente da Câmara.