Embora a presença da onça-parda seja natural da nossa região de Mata Atlântica, é inusitado encontrar com a espécie no meio urbano. Na madrugada desta sexta-feira (16), moradores da Estrada da Saudade flagraram uma onça-parda correndo em via pública, o que, claro, chamou muita atenção. A chefe da Reserva Biológica de Araras (Rebio Araras), Erika Melo, que faz parte de um grupo que faz o monitoramento da espécie nas unidades de conservação em Petrópolis, orienta sobre os principais cuidados no contato com o silvestre e principalmente como ajudar a preservá-lo.
A onça-parda (Puma Concolor) é o segundo maior felino do Brasil. E tem sido frequentes os relatos de avistamento desse animal em áreas de amortecimento e dentro das unidades de conservação. A Rebio Araras, o Refúgio de Vida Silvestre Estadual da Serra da Estrela (REVISEST) e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) através de monitoramento conseguiram flagrar passeios desses felinos dentro das unidades.
Erica explica que avistar esses animais é um sinal positivo em relação a preservação do seu habitat. As recentes aparições em áreas urbanas podem ser associadas a alguns fatores, como o avanço da presença humana nas áreas de mata, a oferta de alimentos, e no período de estiagem, as queimadas podem contribuir para que os silvestres se aproximem da área urbana.
A onça é um animal de hábito solitário e noturno e, acreditem, assustado. Erica explica que não há registro de ataques a humanos no Brasil, o animal tende a fugir. “A única situação de atenção é quando está cuidando dos filhotes, o que é comum entre outros animais, inclusive nós humanos”, explica.
A recomendação em casos de avistamento da onça-parda ou de silvestres em área urbana é o acionamento do Corpo de Bombeiro, pelo 193. Não ataque, ou agrida o animal. A chefe da Rebio Araras orienta sobre como proceder nesses casos.
Procedimentos ao avistar uma onça:
– dê espaço para o animal escapar;
– não se aproxime;
– não agrida;
– mantenha contato visual;
– fale alto, firme e levante os braços para parecer maior;
– nunca vire de costas e mantenha contato visual com o animal;
– e lembre se: elas são inofensivas e não querem nos machucar pois não somos seu alimento.
Recomendação para moradores do entorno de Unidades de Conservação:
– instalar sensores de presença com acionamento de luz por movimento;
– manter animais domésticos ou de criação presos à noite, em locais iluminados ou próximos às residências;
– deixar rádio ou outro aparelho sonoro ligado próximo ao local de avistamento.