Família de menina morta a tiros pede fim de ações policiais em horário escolar
Em encontro com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, os parentes da estudante Maria Eduarda Alves, 13 anos, morta na semana passada após ser baleada dentro da escola onde estudava em Acari, zona norte, pediram a criação de uma lei que proíba operações policiais nas comunidades em horário escolar. O pai de Maria Eduarda, Antônio Alfredo da Conceição, sugeriu ao governador que a lei ganhe o nome da filha.
“Pedi a ele que não fizesse mais batidas policiais durante o horário da entrada das crianças na escola, das 6h às 18 h. Pedi que seja Lei Maria Eduarda, que foi quem ficou estendida naquela quadra, como vocês viram”, disse.
A perícia revelou que pelo menos um dos tiros que atingiu a jovem partiu da arma de um dos policiais militares que participavam de uma operação em Acari. O advogado da família, João Tancredo, entrou com pedido de indenização. Segundo ele, Pezão se manifestou à favor da criação da lei e garantiu que tomará providências. “Parece que houve humanidade em ver que esse tipo de incursão policial é um equívoco, pois mata-se muita gente, morre-se muita gente e a criminalidade não diminui.”
O secretário estadual de Direitos Humanos, Átila Nunes, disse que o governador quer celeridade na investigação do caso e que o pedido da família será estudado. “Isso envolve também o Poder Legislativo, mas isso será estudado com muita atenção, porque não queremos mais vítimas como a Maria Eduarda. A importância agora é ter velocidade na apuração, sempre buscando a verdade”.
A mãe de Maria Eduarda, Rosilene Alves Ferreira, fez um apelo para que outras crianças não tenham o mesmo destino da filha. “A lei é para mudar. Não tem dinheiro que pague a vida da minha filha”, disse. “Quando os policiais forem fazer o serviço deles, olharem o que está na frente, porque o que estava na frente deles era minha filha. Era a Maria, dentro da escola. Olhar a escola. Eles precisam prestar atenção antes de atirar”, acrescentou.
Os pais, irmãos e demais familiares da vítima vestiam camisetas com o rosto da menina, que fazia educação física quando foi atingida por três disparos, no último dia 30.