• Emanuela: minha expectativa era que (Covaxin) custasse menos que US$ 10

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 14/07/2021 12:37
    Por Amanda Pupo e Daniel Weterman / Estadão

    A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, afirmou que a expectativa de redução no preço da Covaxin foi feita pela própria empresa ao Ministério da Saúde, mas ressaltou que o valor de US$ 10 por dose nunca foi ofertado efetivamente à Pasta. Ela classificou como “mentirosa” e “equivocada” a informação dada pela Pasta sobre a negociação.

    A controvérsia foi levantada sobre uma reunião do ministério com representantes do laboratório Bharat Biotech, fabricante da vacina, e da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato, no dia 20 de novembro no ano passado. Na ocasião, segundo registrado no documento intitulado “Memória do Encontro” do ministério, foi informado o valor de US$ 10 com a possibilidade de o preço baixar a depender da quantidade de doses que o governo brasileiro comprasse. O contrato foi fechado em fevereiro deste a um preço de US$ 15 por unidade.

    “Eu respondi: a minha expectativa é que custe menos de 10 dólares. Eu escrevi isso por diversas vezes, menos que 10 dólares”, disse Emanuela, afirmando que a expectativa citada na reunião veio da própria Precisa, mas não como oferta efetiva. Para o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), o depoimento e a nota da pasta só confirmam que o preço aumentou ao longo da negociação.

    Emanuela apresentou à CPI uma série de e-mails enviados por ela para a Bharat Biotech apelando para a redução no custo. O preço, de acordo com a diretora, era de US$ 18 inicialmente, conforme proposta do laboratório indiano em novembro do ano passado. Esse preço, porém, nem chegou a ser encaminhado ao Ministério da Saúde, de acordo com ela. O contrato foi assinado em fevereiro com o preço de US$ 15 a unidade.

    “Eles (os e-mails) não desautorizam a memória da reunião. Eles colaboram com a memória da reunião”, disse Renan. “O que desautoriza a evolução a partir da memória da reunião é o contrato sigiloso que a CPI ainda não teve acesso de quanto a Bharat remunerou a Precisa, que é uma das dúvidas que nós estamos tendo em toda essa negociação e é isso que vai explicar realmente o porquê dessa variação de preço”, disse o relator. A diretora se negou a revelar a remuneração da Precisa na negociação.

    Últimas