Bombeiros tiveram 41% do efetivo afastado por covid-19 no ano passado
Dados do Anuário 2020 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), mostram que dos 11 mil militares ativos, 4.957 foram acometidos pela covid-19, o número representa 41% do efetivo da corporação. A situação de pandemia também contribuiu para a redução de 14,8% no número de atendimentos a ocorrências realizados em todo o estado pelo Corpo de Bombeiros no ano passado.
De acordo com o anuário, os afastamentos decorrentes das infecções por covid-19 comprometeram mais de 66.257 horas trabalhadas do efetivo, o equivalente a ausência de 182 militares ao longo dos 365 dias de 2020. Em todo o ano passado, o serviço de Telemonitoramento Covid do CBMERJ acompanhou regularmente 4.957 militares ativos acometidos pela doença, 615 inativos e 1.398 dependentes e pensionistas infectados ou suspeitos.
Em dezembro de 2020, o CBMERJ contava com um efetivo de 11.939 militares. Somente no ano passado, houve uma perda absoluta de 332 militares. Quando comparado com dezembro de 2015, quando o efetivo contabilizava 15.637 militares, houve redução acumulada de quase 24% no total de militares ativos da Corporação.
Mas, uma boa notícia, as mulheres vêm gradativamente aumentando sua participação nos quadros do Corpo de Bombeiros, em especial entre os oficiais onde já correspondem a mais de 40% dos militares ativos. Segundo o anuário, o efetivo em dezembro de 2020 distribuiu-se por gênero na proporção de 80% de bombeiros militares do sexo masculino e 20% do sexo feminino.
Bombeiros tiveram redução de 14,8% nos atendimentos a ocorrências
No ano passado, em todo o estado, o CBMERJ fez 256 mil atendimentos, um número menor do que o contabilizado em 2019, quando foram 300 mil atendimentos. Segundo a corporação, essa redução se dá por dois fatores: a situação de pandemia que fez de 2020 um ano atípico e a transferência da gestão do SAMU para a Secretaria de Estado de Saúde.
O decreto nº 46.635/19, transferiu a responsabilidade pela prestação dos serviços de regulação médica, bem como toda a gestão e operação do SAMU, para a Secretaria de Estado de Saúde. Segundo o CBMERJ, todos os atendimentos domiciliares passaram a ser realizados por esta nova estrutura fora da Corporação, como já acontecia em todos os municípios do Estado, à exceção da cidade do Rio de Janeiro. Esta mudança provocou grande impacto no volume e agilidade dos atendimentos dos bombeiros.
Os atendimentos que sofreram maior impacto com essa mudança foram os atendimentos aos pacientes portadores de transtorno mental (60,1%) e atendimento pré-hospitalar (575). Já em relação as demais ocorrências, na comparação com 2019, os incêndios tiveram redução de cerca de 15%, enquanto os salvamentos foram reduzidos em cerca de 18%. E explosões e escapamentos de gás sofreram redução de 24%.
De acordo com o anuário, também foi observada redução da quantidade de salvamentos marítimos, da ordem de 16%. Por outro lado, apesar de moderada redução durante os primeiros meses de pandemia, na totalização anual dos acidentes de transporte terrestre houve um aumento de 14% em relação a 2019.
Os atendimentos pré-hospitalares representaram 32,7% dos socorros realizados em 2020. Seguidos dos acidentes de transporte terrestre (28,9%), salvamentos (18,6%), incêndios (15,6%), PTM (3,2%) e explosão/escapamento de gás (1,1%).
O Anuário 2020 completo está disponível no site do CBMERJ.