Orquestra Maré do Amanhã: Caravana da Esperança passa pelas ruas da cidade
O Projeto Caravana da Esperança, criado para levar o trabalho da Orquestra Maré do Amanhã, formada por jovens moradores da favela da Maré, no Rio de Janeiro, até o público em meio à pandemia, espalhou alegria pelas ruas da cidade no domingo (11).
Foram mais de cinco horas de apresentação sobre um caminhão, que percorreu algumas das principais ruas do primeiro distrito.
O comboio musical saiu por volta das 10h do Bingen e encerrou por volta das 15h no Quitandinha e contou com agentes da CPTrans para organizar o trânsito. Pelo caminho, as pessoas acenavam, batiam palmas e muitos, emocionados, choravam com a apresentação da orquestra. O repertório incluiu canções que passearam pelo rock, como Sweet Child’O’Mine, da banda Guns and Roses, MPB, com uma versão de Águas de Março, de Tom Jobim, e clássicos com obras de Mozart.
A educadora Diva Simas, que estava no Bingen aguardando a passagem da orquestra, disse que era uma oportunidade única de poder ter contato com um projeto tão bonito e importante. “Conheço o trabalho desses jovens e, hoje, poder estar aqui ao lado deles, ouvindo essas músicas tão bonitas, é muito especial. Parabéns para todos os que estão envolvidos nesta ação”.
O aposentado Gerson Pereira, de 80 anos, fez questão de ir até a rua, próximo ao veículo dos músicos, e aplaudir. “Lindo! Simplesmente lindo. Estou emocionado de poder estar aqui e assistir esse espetáculo”, disse.
O caminhão, adaptado para as apresentações, fez uma parada em frente à Catedral São Pedro de Alcântara. As pessoas puderam apreciar canções de Roberto Carlos neste momento. A orquestra passou pelo terminal de ônibus do Centro, Rua Teresa e Alto da Serra, seguindo em direção ao Quitandinha, onde encerrou o roteiro ao redor do lago.
Carlos Eduardo Prazeres, que é diretor executivo da Orquestra Maré do Amanhã, externou a emoção de estar se apresentando em Petrópolis com o projeto. “Já fizemos apresentações muito bonitas, mas hoje, aqui, as pessoas já estavam nos esperando, emocionadas e alegres. Isso não tem preço”, disse ele, que tem uma forte ligação com a cidade. “Eu estudei em Petrópolis dos meus 12 anos até os 17 e, desde 2009, eu vivo nesta cidade, que é maravilhosa. Meu filho também é nascido aqui, então, hoje, estar com o projeto aqui, é muito especial e inesquecível”.
O maestro responsável pela orquestra, Filipe Kochem, que é petropolitano, também enfatizou a felicidade e a responsabilidade que foi se apresentar na cidade. “Sou petropolitano e poder apresentar um pouco do trabalho para meus conterrâneos é uma alegria muito grande”.
Na caravana, o grupo da orquestra é limitado a 12 músicos. Foram mais de dois meses de adaptação para que o grupo pudesse entender a dinâmica de tocar com o veículo em movimento.
A Orquestra Maré do Amanhã é composta por 300 jovens, divididos em três núcleos principais. O projeto também atende mais de 3,7 mil pessoas em 22 pontos dentro das 17 comunidades que formam o Complexo da Maré.