• Faltam vagas para entrar com pedido do seguro-desemprego

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  • 01/04/2017 10:51

    Os petropolitanos que perderam o emprego e precisam dar entrada no seguro-desemprego continuam enfrentando uma maratona para conseguir agendar o procedimento no Ministério do Trabalho e Emprego. Isso porque as vagas disponíveis no agendamento pelo site terminam em poucos minutos. Por causa da grande demanda, o Ministério do Trabalho dobrou o número de vagas diárias para atendimento no posto da cidade (de 32 para 64), mas nem assim o problema foi resolvido. O resultado é a insatisfação e prejuízo para quem precisa do serviço e, é claro, do dinheiro do seguro. Nem pelo telefone disponibilizado para agendar o atendimento, as pessoas têm conseguido auxílio.

    Quem questiona, por telefone, a razão da dificuldade para conseguir fazer o agendamento na unidade do Ministério do Trabalho em Petrópolis recebe como justificativa a grande procura de pessoas de outros municípios. Isso porque eles sofrem com o mesmo problema de vagas nas respectivas cidades. Na última semana a equipe da Tribuna flagrou, em apenas 10 minutos, duas pessoas de outras cidades dando entrada no benefício no posto do MTE local, no Shopping Copacabana, no Centro.

    Daiana Neles Pereira foi uma delas. A jovem, que mora em Duque de Caxias, acabou de perder o emprego. Ela tentou, por quatro dias, fazer o agendamento pela internet e acabou recorrendo ao companheiro, Eli Francisco, para conseguir esse “feito”. “Era eu tentando, da minha casa, diariamente, acessar o sistema já às 5h59, pois inicia às 6h, e ele, da casa dele, fazendo o mesmo. Até que conseguimos e finalmente estou dando entrada no seguro”, disse, aliviada.

    Além de ajudar Daiana, Eli Francisco também deu entrada no próprio seguro-desemprego também em Petrópolis. Ele é morador de Magé. “Fui demitido em dezembro e tentei dar entrada no benefício, mas não consegui vaga na Baixada. Lá só abrem seis, cinco, ou às vezes até menos por unidade. Diante disso, comecei a tentar em Petrópolis. Não foi fácil. Fiquei pelo menos uma semana madrugando até conseguir a vaga aqui”, contou. 

    Enquanto isso, os petropolitanos continuam a ver navios. “Demorei mais de dois meses para conseguir dar entrada no seguro-desemprego e, ainda assim, só consegui atendimento em Nova Friburgo. Tentei marcar em Petrópolis, Três Rios, Paraíba do Sul e também no Rio, mas não consegui vaga em nenhuma dessas cidades. É um absurdo ter que sair do meu município para garantir um direito. Saí de Petrópolis 9h e  só voltei no fim do dia, depois das 20h, e gastei mais de R$ 200 para ir e voltar, com gasolina, pedágio e alimentação. Eu consegui fazer isso, mas muita gente não consegue. Como alguém que está desempregado vai arrumar dinheiro para ir a outro município dar entrada no benefício?”, questionou a jornalista Letícia Muniz.

    Em nota, o MTE informou que a gerência de Petrópolis aumentou o número de senhas de entrada do seguro. Isso só foi possível devido à descentralização de algumas funções dos servidores. O órgão lembrou ainda que o setor do seguro-desemprego recebe, sem agendamento, pessoas que foram dispensadas do emprego há mais de 90 dias, tendo em vista o prazo de 120 dias para requerer o seguro.

    Por fim, esclareceu que muitas pessoas que requerem o seguro-desemprego são sim de outras localidades, principalmente da Baixada fluminense, uma vez que o sistema de agendamento não faz filtro por endereço. Nenhuma alternativa para solucionar ou amenizar o problema foi apresentada pelo Ministério. 

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