• No Maracanã, Brasil e Argentina decidem a Copa América em ‘final dos sonhos’

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  • 10/07/2021 12:00
    Por Gonçalo Junior / Estadão

    Unanimidades são raras no futebol, mas Brasil e Argentina fazem, neste sábado (10), o jogo que todos os torcedores queriam ver na final da Copa América. É a partida dos sonhos, como definiu Neymar. A tradição, os títulos que as duas seleções já conquistaram e o duelo particular entre o próprio Neymar e Messi deixam em segundo plano os sobressaltos de organização, como a má qualidade dos gramados e o protesto brasileiro contra o torneio. A final do Maracanã, às 21h, diminui até a nossa “dorzinha de cotovelo” em relação aos grandes jogos da Eurocopa. Se a decisão terminar empatada, haverá prorrogação e, se a igualdade persistir, pênaltis.

    A Prefeitura do Rio acatou pedido da Conmebol e liberou 10% da capacidade de cada setor do Maracanã. Isso significa cerca de seis mil torcedores. O acesso ao estádio, porém, só será permitido para quem apresentar teste PCR negativo contra a covid-19. O exame tem que ter sido feito a partir de quinta-feira. A liberação foi criticada por especialistas por conta do momento da pandemia

    Para Messi, essa queda de braços representa a chance de quebrar um tabu histórico: levantar uma taça com a seleção principal, a única lacuna de um currículo brilhante. Messi precisa dessa conquista e, por isso, vem voando. A vitória por 3 a 0 da Argentina sobre o Equador colocou o argentino como maior candidato a craque do torneio. É o artilheiro (quatro gols) e líder de assistências (cinco).

    Alguns atletas do Brasil criticaram a torcida de artistas e influenciadores digitais para a Argentina por conta do jejum de Messi. “É difícil (a situação). A gente vê tantos brasileiros, tanta gente da imprensa que é contra e não apoia a seleção brasileira”, criticou o zagueiro Marquinhos. “Que a gente possa trabalhar juntos, ao invés de ficar um palpitando ali, os jogadores dando pitacos aqui…”

    Em busca do bicampeonato no torneio e dono de hegemonia confortável nas Eliminatórias, o Brasil está invicto há 13 jogos. O desafio da seleção é mostrar que o recorde de invencibilidade não se apoia apenas nos confrontos diante de seleções “menores”. Das quatro derrotas de Tite em cinco anos de comando da seleção, duas delas foram para a Argentina. Em dois amistosos, é verdade.

    Os últimos confrontos com os argentinos foram favoráveis aos brasileiros: uma vitória convincente na semifinal da Copa América de 2019, no Mineirão, e um 3 a 0 no Mineirão, pelas Eliminatórias da Copa de 2018.

    “São os dois últimos sul-americanos campeões do mundo. (O jogo) Tem uma dimensão, sem desprezar Colômbia, Uruguai, ícones do futebol mundial. Falar de Messi e Neymar é falar de excelência, virtudes técnicas, mentais, físicas, capacidade de criação muito alta. É um grande desafio, um grande espetáculo”, opinou o técnico Tite.

    Com desfalques por suspensão e lesão e a avaliação detalhada na primeira fase da Copa América, tudo indica que Tite vai repetir a escalação de um jogo para o outro. Hoje, Thiago Silva volta a ser capitão e vai atuar ao lado de Marquinhos. Na esquerda, o treinador confirmou que Alex Sandro está fora por contusão. Depois dos gols e das boas atuações, inclusive o entrosamento com Neymar, Lucas Paquetá deverá ser mantido no meio. Foi dele o gol da classificação para a final na vitória sobre o Peru.

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