• Lojistas da Rua Teresa recebem ameaças de homem que disse ser ligado a delegado preso por esquema de propina

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  • 02/07/2021 11:53
    Por Janaina do Carmo

    Pelo menos cinco lojistas da Rua Teresa, no Centro de Petrópolis, receberam ligações pedindo dinheiro (R$ 1.500) e fazendo ameaças de um homem que disse integrar o grupo do delegado Maurício Demétrio Afonso Alves – preso esta semana por coordenar um esquema de propina no polo de modas. O homem disse ser segurança do delegado e ameaçou os comerciantes que se recusavam a pagar a quantia dizendo que a loja seria quebrada.

    O caso foi levado a 105ª Delegacia de Polícia (DP) e a recomendação é que os comerciantes que receberam as ligações façam o registro de ocorrência. Segundo a Associação da Rua Teresa (Arte), as ligações foram feitas para lojas que tem fabricação própria e que não teriam envolvimento com as investigações do grupo comandado pelo delegado Maurício Demétrio. A organização criminosa extorquia lojistas do polo de modas, para que fosse permitida a comercialização de roupas falsificadas.

    O grupo agiu entre março de 2018 a março de 2021 e estava sendo investigado por policiais civis e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP). O delegado Maurício Demétrio, que chefiava a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) da Polícia Civil do Rio, foi preso na quarta-feira (30) junto com outras cinco pessoas – policiais civis e uma comerciante de Petrópolis.

    De acordo com as investigações do MP, a organização é dividida em dois núcleos principais. Um é composto pelos operadores do esquema em Petrópolis, responsáveis por ameaçar os lojistas e recolher os valores cobrados pela organização. São eles: Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca e Rodrigo Ramalho Diniz.

    O outro núcleo, segundo informou o MP, é formado pelos policiais civis Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira e Luiz Augusto Nascimento Aloise e pelo perito criminal José Alexandre Duarte. O perito era o responsável por executar as diligências policiais como forma de represália aos lojistas que se recusavam a pagar os valores exigidos, chegando ao ponto de forjar provas e produzir laudo falso.

    Além das prisões, foram apreendidos nos endereços dos investigados nove aparelhos celulares, seis notebooks, dinheiro em espécie, armas, munições, jóias, um radiotransmissor e 16 pendrives.

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