• A cidade histórica que o mundo admira

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  • 16/03/2017 12:00

    Em 1977, Petrópolis recebeu o título de Cidade Imperial – Patrimônio Universal, e todos ficaram sabendo disso por meio do Professor Gazaneo, Diretor do ICOMOS, órgão da UNESCO. O pedido de tombamento foi atendido em 1980, depois de ter sido feito pelos próprios moradores, fato que hoje poucos sabem. 

    Lembro-me de uma reunião que estava, há décadas e ouvi um pedido de construção  de prédios de 14 a 16 andares na Rua do Imperador. Chego a ter calafrios quando imagino um prédio de dezenas de andares no Centro Histórico de Veneza ou de nossa Petrópolis que é igualmente um patrimônio tombado. Ao final da reunião um arquiteto propôs o seguinte: “Quatorze andares ou nada!” e eu, como então presidente do Instituto Histórico, respondi: “Nada!”. Lembrei-me deste fato recentemente ao ouvir a história de um Ministro que tentou aprovar obra irregular em proveito próprio, passando por cima da decisão do SPHAN de preservar o limite de andares no centro de Salvador. Vocês conseguem imaginar um prédio de dezenas de andares no Centro Histórico de Salvador?

    Os preservacionistas se saíram vencedores nestas duas histórias não porque são contra o dito “progresso” mas porque acreditam que não é preciso com ele, destruir o passado histórico. Somente a identidade de nosso passado tem o poder de nos mostrar o nosso futuro. Preservar a Cidade Imperial é estimular o progresso, por exemplo, do turismo que é importante para a cidade, todo ano o ano inteiro. Isso não aconteceria com um Centro Histórico descaracterizado por arranha céus mas sim, porque agrada a turistas de todo país e de todo mundo conhecer a Cidade Imperial preservada como era na época de D.Pedro II.

    Como a história da Humanidade contada pelas artes é uma senóide, a importância de preservar nossa Cidade Imperial tombada pela UNESCO é a de preservar a história em si para toda humanidade ver pois assim se visita o mundo em busca dos registros do Classicismo, da Idade Média (Românico e Gótico) seguidos pelo Barroco e Rococó que anteciparam a chagada do Renascimento. Esse foi substituído pelo Neoclássico. É preciso lembrar que Petrópolis surgiu no Século XIX e foi muito importante na história por trazer um estilo arquitetônico que, em tese Universitária, passo a chamar de “Arquitetura do Ferro”, resultante da Revolução Industrial. Centenas de chalés e construções palacianas bem como as industriais da época estão sendo catalogadas em meu novo livro mostrando o constante uso do ferro.  Num simples passeio pelas ruas da cidade pode-se ver portões, balaustradas em varandas, ferragens e lustres de ferro marcando fortemente o estilo arquitetônico. E nesta linda história da cidade, onde temos a presença do Colonial, do Neogotico, da Arquitetura do Ferro dentre outras, respiramos história e por isso somos  internacionalmente respeitados e visitados.

    Por tudo isso, parabéns Petrópolis! Parabéns a todos que ajudam a preservar esta cidade para os petropolitanos e para o mundo. 


     

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