Assessores presos podem apelar para delação premiada
O ex-assessor Luiz Otávio da Costa Penna, acusado de fazer parte do esquema de corrupção na Câmara Municipal, se entregou na noite da última quarta-feira (8) aos policiais da 105ª Delegacia de Polícia (DP). Ele trabalhava no gabinete do ex-vereador Osvaldo do Vale, o Vadinho, e estava foragido desde terça-feira. Vadinho e outros três assessores foram presos, na última terça-feira, acusados de crimes de peculato, concussão e associação criminosa, por extorquirem partes dos salários de servidores da Câmara.
O grupo que atua na investigação do escândalo da Câmara já conseguiu a colaboração de dois envolvidos no esquema que lesava funcionários. Fazendo delação premiada, podem ser beneficiados com a redução de suas penas.
O ex-assessor que se entregou ontem, foi ouvido pelos investigadores. Ele também será encaminhado para um presídio em Benfica, no Rio de Janeiro, para onde já foram levados Vadinho e o seu assessor Marcos Antônio Felix da Silva, o Marquinho. As duas assessoras Jaqueline Batista de Jesus e Angela Regina Borsato dos Santos também foram presas e encaminhadas para o presídio de Bangu.
O esquema de extorsão dentro da Câmara – quando o ex-vereador obrigava os assessores a devolverem parte do salário e também a nomeação de funcionários-fantasmas em seu gabinete – está sendo investigado por uma força-tarefa formada pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPERJ), pela Polícia Civil e pelo Judiciário. Agentes encarregados acreditam que a prisão do ex-vereador e de seus assessores pode ser apenas a ponta do iceberg de um grande esquema dentro do Legislativo. Novas prisões devem acontecer. As investigações começaram em setembro do ano passado.
Dois assessores do vereador estão colaborando com as investigações e propuseram delação premiada. Eles já estão sendo ouvidos pelo Ministério Público. "A delação premiada é muito importante nestes casos", ressaltou um integrante do grupo de investigação.
A prisão temporária de Vadinho e dos quatro assessores é de cinco dias, podendo ser prorrogado por mais cinco. Se condenados, eles podem pegar até 24 anos de prisão.