• Powell: ajustes na política monetária podem afetar mercados de alta liquidez

  • 16/06/2021 17:15
    Por Gabriel Bueno da Costa e Gabriel Caldeira / Estadão

    Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell afirmou ser possível que as alterações promovidas na política monetária da entidade, segundo mostrou comunicado divulgado nesta quarta-feira, 16, impactem os mercados de alta liquidez, com ativos de vencimento a curto prazo. O Fed elevou de 0,10% a 0,15% a taxa de juros sobre excesso de reservas (IOER, na sigla em inglês).

    “Estamos muito atentos aos riscos no cenário e olhando os dados com atenção”, afirmou, durante coletiva de imprensa após a decisão de juros.

    O presidente do BC americano avaliou ainda que o instrumento de recompra reversa está funcionando “de acordo com o que se espera dele” e não preocupa. Como mostrou reportagem do Broadcast, instituições financeiras têm alocado volumes recordes de dinheiro no Fed por meio destas operações.

    Segundo Powell, os dirigentes da autoridade monetária dos EUA ainda estão trabalhando para atualizar as regras de capital para grandes bancos.

    Fomc

    Powell afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) discutiu hoje ajustes nas suas compras de ativos, decidindo por manter o instrumento. Esta é a primeira sinalização oficial de que o BC dos Estados Unidos começou a discutir a retirada do apoio monetário, em processo conhecido como “tapering”. Powell disse que o assunto continuará a ser debatido, nas próximas reuniões.

    Sobre a inflação no país, Powell avaliou que existe risco de que os níveis de preços acelerem a um patamar acima das projeções dos dirigentes da instituição. Ele esclareceu, porém, que o Fed trabalha com a previsão de que haverá menos estímulo fiscal na economia a partir de 2022.

    Segundo o presidente da autoridade monetária americana, ainda há “forças subjacentes que contém a inflação”, como a trajetória demográfica no país, e é importante que as expectativas inflacionárias estejam bem ancoradas no longo prazo. De qualquer modo, ressaltou que o BC segue pronto a fazer ajustes na política monetária, se necessário.

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