Vítimas de acidente na Estrada da Saudade denunciam atendimento
A família de duas mulheres feridas numa capotagem, que aconteceu na semana passada no distrito de Cascatinha, denuncia o atendimento prestado às vítimas depois do acidente. Mãe e filha, que haviam sido levadas para o Hospital Nélson de Sá Earp (HMNSE), passaram mal poucas horas depois de serem liberadas e precisaram passar por cirurgia, ficando internadas em outras unidades.
O caso aconteceu na quarta-feira (1). Patrícia de Oliveira Manchester, de 43 anos, sua filha Ana Beatriz Manchester de 25, e a cunhada, Andréa, de 41 anos, estavam dentro de um Fiat Palio, que capotou na ladeira João Ventura Torres, na Estrada da Saudade. Ao serem socorridas, as vítimas foram encaminhadas para o Pronto Socorro do HMNSE, onde receberam atendimento, ficaram em observação e foram liberadas no dia seguinte.
Depois de ter recebido alta, a jovem Ana Beatriz continuou sentindo dores na mão, que foi fraturada na capotagem, e decidiu procurar o Hospital Santa Teresa, referência em traumatologia na região. Na unidade, segundo familiares, ela precisou passar por uma cirurgia de correção para não ficar com sequelas devido à lesão.
O caso de Patrícia foi ainda mais grave. Na noite da última quinta-feira (2), seu marido, Sérgio Manchester, disse que ela sentiu dores no peito na hora de dormir, e decidiu procurar o Hospital SMH – Beneficência Portuguesa, no Valparaíso. Lá ela passou por exames de imagem e foi diagnosticada com hemorragia pleural (sangramento na camada de pele que envolve o pulmão), e estava com quatro costelas fraturadas.
Sérgo ficou indignado com a situação e decidiu denunciar o caso. “A confusão começou no local de atendimento, lá onde teve o acidente. O Corpo de Bombeiros não queria levá-las para o Santa Teresa, que é o hospital mais indicado para esse tipo de acidente com fratura. Então teve uma discussão entre um militar e meu cunhado, até os bombeiros levaram elas para o Pronto Socorro”, contou o reserva do Exército, marido de Patrícia.
Indignado, Sérgio, que mora no Rio, decidiu prestar queixa reclamando do atendimento dos socorristas no quartel do Corpo de Bombeiros mais próximo de sua casa, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio. “Vou levar uma carta ao quartel e informar sobre o que aconteceu. Não estou aqui para criar desavenças ou jogar o povo contra os bombeiros, que prestam um serviço útil. Só quero que punam os responsáveis pelo atendimento prestado à minha família, que quase custou a vida da minha esposa”, completou.
Questionado pela Tribuna, o 15 Grupamento do Corpo de Bombeiros de Petrópolis (15GBM), responsável pelos primeiros atendimentos às vítimas, se mostrou totalmente disposto a apurar os fatos. A unidade disse que vai buscar entender o acontecido e que aguarda que a denúncia feita pelo solicitante. “Mediante à solicitação, vamos abrir uma apuração dos fatos. Analisando o atendimento de ocorrência e o documento omitido pelo médico. Mas em qualquer caso, para abrir uma apuração administrativa precisamos de uma denúncia formal por meio da parte envolvida”, disse o Major Pimentel.
Denúncias sobre o serviço prestado pelo Corpo de Bombeiros podem ser feitas por qualquer cidadão, pela Internet, por meio do site da corporação: www.cbmerj.rj.gov.br/202-ouvidoria-geral ; pelo telefone 0800-28-25-070 / (24) 2291-1800 / ou pessoalmente no quartel que fica na Avenida Barão do Rio Branco, próximo ao Fórum, no bairro Quarteirão Brasileiro.
A Secretaria Municipal de Saúde analisou a situação e disse, por meio de nota, que vai abrir uma sindicância para apurar o caso, uma vez que o protocolo de atendimento de traumas estabelece que vítimas de capotamento de veículo sejam encaminhadas à unidade de referência em urgência e emergência – Hospital Santa Teresa (HST).