• Costureira e sapateiro: profissões tradicionais que incentivam o consumo consciente

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  • 13/06/2021 10:02
    Por Luana Motta

    O que você faz quando aquela blusa preferida abre um furinho? Ou aquela calça jeans que quase sai sozinha de casa fica com a costura gasta? Consertar ou reformar peças de roupas e sapatos é uma opção não só econômica, mas também de estímulo ao consumo consciente. Lojas especializadas em conserto e reparos de peças tem levantado essa bandeira e valorizam profissões que quase se perderam em meio a industrialização do vestuário e produção em massa.

    “Nossa intenção é valorizar essas atividades. O serviço da costureira, do sapateiro é pouco disseminado. Nós também vamos trazer o engraxate, estamos recuperando as profissões”, conta Tânia Maria Ribeiro Costa, empresária e gerente da Pare e Repare.

    A loja especializada em pequenos reparos e consertos de roupas e sapatos faz todos o tipo de serviço quando se trata de valorizar a peça. Prega botões, transforma velhos modelos em novos, faz cerzido e customização. Além do trabalho da modelista, que faz roupas sob medida. O trabalho minucioso fica nas mãos das costureiras e do sapateiro, e o resultado cai no gosto dos clientes.

    A recuperação e customização de peças é uma das apostas da loja. (Foto: Luana Motta)

    “Os clientes as vezes contam que a peça estava há tempo no armário porque não conhecia o trabalho de recuperação e reparo”, disse a costureira Elisabete.

    A cliente Maria Cristina Barelli contou que já fez ajustes que vão desde vestidos de casamento até casacos que ficaram muito tempo no armário. Ela conta que um casaco que estava guardado há quase cinco anos ganhou um novo tecido nas mangas e como um novo, vai voltar a aquecer nesse inverno. “Já trouxe vestido de noiva com renda, tecidos delicados para fazer ajustes. E sempre estou recuperando alguma peça”, conta.

    No ano passado, por causa da pandemia, o comércio e serviços ficaram fechados por meses. Neste ano, para trazer novidades, a loja implantou o serviço de sapateiro. “Nós perdemos cerca de 30% do faturamento no ano passado, e ainda não recuperamos tudo. Fazíamos muitos ajustes em vestidos de festa, formaturas, casamentos, e com as festas suspensas esse trabalho também diminuiu”, conta Tânia.

    Nas mãos do Diego as bolsas e calçados são reformados e voltam como novos para as mãos do cliente. (Foto: Luana Motta)

    A demanda surge muitas vezes de acordo com a rotina da cidade, a estação do ano, festivais de inverno e festas como Bauernfest e Exposição Agropecuária. No inverno a maior demanda são de botas, bolsas e casacos de couro. “O trabalho do sapateiro não é um trabalho repetitivo. Aquele trabalho do sapateiro rústico ficou para trás, hoje fazemos muito mais coisas, desde pequenos reparos a customização de calçados”, conta o sapateiro Diego Hector.

    Tânia conta que além do serviço de sapateiro, está investindo também no serviço de engraxate. “É um trabalho que não vemos mais por ai. A ideia é além de engraxar, hidratar e recuperar o couro do calçado”, conta. A proposta é deixar um look inteiro por conta dos profissionais.

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