• Sim, há saídas

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  • 05/03/2017 12:00

    Penso que o maior problema de Petrópolis, neste momento, é o desemprego. Dirão os senhores que no Brasil há 12 milhões e meio de desempregados; por que Petrópolis não estaria também nesta situação calamitosa? Sim, é bem verdade que sim e acompanhamos o ritmo da macro economia que a todos afeta. Mas há um porém: nossa estagnação empresarial, que já vem de muitos anos, está a contribuir sobremaneira com esta situação. Já no início de 2015, a imprensa noticiava que mais de 200 lojas fecharam suas portas na Rua Tereza (contabilizando 300 lojas nos últimos 5 anos);  em 2016, sabe-se que 474 empresas também deixaram de funcionar, e neste ano de 2017 já são 43 que interromperam definitivamente suas atividades.

    Os números são assustadores em uma Cidade com 300 mil habitantes. Faz-se oportuno notar, que o poder municipal é o maior empregador do Município com cerca de 12 mil pessoas e a segunda maior empregadora da Cidade é a GE Celma, com algo em torno de 10% deste número de pessoas; resta ainda a cervejaria Itaipava entre os 3 grandes empregadores, com um número ao redor de 600 funcionários. Deduz-se que, somadas, são abrigadas perto de 14 mil pessoas nestes locais. No total temos algo como 10 mil empresas atuando no Município (dados IBGE/2014) com perto de 70 mil pessoas ocupadas. São números que trazem a nossa realidade a um patamar que deveria ser da maior preocupação. Por que digo “deveria”? Porque não vi, nestes últimos anos, nenhuma ação de nossos gestores para reverter este quadro. Assistimos a promessas de vinda de empresas que depois não passam de factóides baratos; mas ações contundentes e concretas com geração de resultados para mudanças desta situação? Nada, absolutamente nada. 

    Nossas três maiores vocações (Turismo, TI e Polo Educacional) não são exploradas a contento. Nosso turismo (uma indústria pronta) é relegado a um plano de inferioridade, desde sempre mal gerido e subaproveitado; à Tecnologia da Informação ( LNCC, o IST e o CPTI e algo como 60 empresas de informática atuando no município) que poderia também, em um curto espaço de tempo, ser uma indutora de empregos e rendas, não lhe é dado o devido valor ( nem wi-fi aberto em toda a Cidade temos); e quanto a nos tornarmos um polo de referência educacional, estamos a uma distância muito longa disto.

    Apresentar o problema sem lhe dar solução é bastante fácil e confortável diriam; então me atrevo, mais uma vez,  a trazer algumas ideias. Vamos começar pela área de turismo: uma gestão profissional (coisa que nunca tivemos nesta Cidade) associada a uma publicidade institucional nos Estados que mais nos aportam turistas (Rio, São Paulo e Minas), com publicidade nas TVs abertas, convidando pessoas a conhecer Petrópolis, uma folheteria da Cidade mapas e informações com os pontos turísticos, uma melhor sinalização, um aplicativo para smartphones e tablets com informações geopolíticas, culturais, onde ir, o que fazer, onde se hospedar, restaurantes e eventos que façam o turista pernoitar, já seria um bom começo. Na área de TI uma proximidade maior com parcerias efetivas entre o poder municipal e o LNCC, IST e CPTI, bem como buscas de uma parceria na Firjan com o objetivo de amealhar empresas de TI que queiram vir se instalar aqui, concedendo-lhes o que for necessário e do alcance do Munícipio para sua instalação. Por fim, melhorar as parcerias público-privadas entre as Universidades particulares e trabalhar as possibilidades de melhorias nas públicas que aqui estão, com o aumento de um maior número de cursos e vagas, bem como atrair outras tantas públicas como privadas para virem se instalar aqui.

    Não há fórmula mágica, nem almoço grátis, mas tenho para mim que com criatividade, iniciativa, trabalho e interesse político, começando a se planejar isto e concretizando ações neste sentido, poderemos num curto espaço de tempo sair da inércia que está a nos estagnar.

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