• FMI: Turquia enfrenta incertezas e tem mais vulnerabilidades

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  • 11/06/2021 15:38
    Por Gabriel Bueno da Costa / Estadão

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) destaca que a Turquia enfrenta um quadro de incerteza elevada e “maiores vulnerabilidades”. O Fundo espera que o país cresça 5,75% neste ano, mas diz que há riscos de baixa a essa projeção e também comenta que a partir de 2022 o país deve retornar a uma tendência mais modesta. As conclusões estão em comunicado divulgado pelo FMI, após uma revisão sobre o país no âmbito do Artigo IV da entidade.

    O FMI diz que a inflação deve continuar elevada na Turquia, enquanto as reservas externas devem recuar mais. O país tem necessidades de financiamento externo elevadas, depósitos domésticos “consideráveis” em moeda estrangeira e colchões de capital modestos, enquanto sua economia segue vulnerável a choques e a mudanças no sentimento, dentro e fora do país, avalia o Fundo.

    Entre os riscos domésticos, ele cita um relaxamento prematuro das políticas monetária e de crédito ou outros erros na política que corroam mais a credibilidade e os colchões de proteção do país. Entre os riscos externos, menciona altas nos juros das economias avançadas ou uma maior aversão global ao risco. “Outros riscos incluem atrasos na vacinação contra a covid-19 e acontecimentos geopolíticos adversos”, comenta.

    Nos anos anteriores à pandemia, o crescimento turco se tornou cada vez mais dependente de crédito financiado externamente e de estímulos à demanda. “Este crescimento foi acompanhado por grandes déficits em conta corrente, financiados sobretudo por dívida, o que levou por sua vez a necessidades elevadas de financiamento externo”, nota o FMI. Ao mesmo tempo, o rápido crescimento do crédito, puxado por bancos estatais, e a alta inflação minaram a credibilidade da política monetária e ampliaram a dolarização de depósitos, diz o Fundo. “A pressão resultante sobre a lira contribuiu para grandes perdas de reservas. Como resultado, a Turquia entrou na pandemia com colchões menores do que a maioria dos pares”, lembra ele.

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