• Peru: Keiko Fujimori lidera, mas voto rural pode virar eleição

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  • 07/06/2021 07:28
    Por Redação / Estadão

    O Escritório Nacional de Processos Eleitorais do Peru (ONPE, na sigla em espanhol) divulgou na madrugada desta segunda-feira (7) mais um resultado parcial das eleições presidenciais do país. Com 80,7% das urnas apuradas, a candidata Keiko Fujimori, do partido de direita Fuerza Popular, tinha 51,52% dos votos válidos e o adversário Juan Castillo, do partido de esquerda Perú Libre, aparecia com 48,47%. A disputa segue apertada e ainda não é possível projetar o vencedor.

    Votos do campo, da selva e do exterior podem definir a eleição presidencial deste domingo, 6, no Peru, onde pesquisas iniciais de boca de urna apontam a candidata conservadora Keiko Fujimori numericamente à frente do esquerdista Pedro Castillo, em um país devastado pela pandemia, em recessão e sob incertezas políticas.

    As autoridades, no entanto, alertaram que essa contagem foi predominantemente urbana, onde o candidato conservador tem uma vantagem.

    Horas antes, a primeira votação oficial de 42% das assembleias de voto provocou explosões de alegria em bairros ricos de Lima, como Miraflores, onde as pessoas se dirigiam às janelas de suas casas para comemorar uma vitória parcial de Fujimori.

    Gritos de “Viva o Peru!” e “Keiko venceu!” ressoaram de prédios no meio de ruas desertas devido ao toque de recolher noturno em vigor devido à pandemia, confirmou um jornalista da agência de notícias AFP. Os primeiros resultados injetaram coragem naqueles que temem ver seu país “cair no comunismo” se Castillo for presidente.

    Poucas horas antes, uma pesquisa de boca de urna da Ipsos Peru havia dado a Fujimori uma vantagem de 50,3% sobre os 49,7% de seu rival, mas então uma contagem rápida de votos do mesmo instituto rendeu um resultado inverso, com 50,2% para o professor da escola rural e 49,8 % para a filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori.

    A contagem rápida, que tem margem de erro de 1%, “nunca deu errado” nas eleições presidenciais peruanas, disse Fernando Tuesta, ex-chefe do ONPE. “O que mais se aproxima do resultado final é a (contagem rápida) de Ipsos”, comentou Tuesta no Twitter.

    O ONPE sempre entrega resultados de áreas urbanas em seus primeiros relatórios e o porcentual que falta, que leva muito tempo para ser analisado, vem de áreas rurais, de selva e estrangeiras.

    Se não houver retrocessos nesta segunda-feira, 7, os resultados podem chegar a níveis irreversíveis, mas não estão descartadas as contestações de votação, o que atrasaria a definição em caso de pequena diferença.

    No primeiro turno, os dois candidatos juntos tiveram pouco mais de 32% dos votos válidos, com vantagem para Castillo (18,9% ante a 13,4%). Com a disputa muito apertada, o voto dos peruanos que estão fora do país fará a diferença. Pelo menos 1 milhão de peruanos estavam aptos a votar em 75 países.

    Os expatriados representam quase 4% dos 25 milhões dos aptos a votar. Apenas 0,8% compareceram no primeiro turno em abril, quando os bloqueios por causa da covid-19 eram comuns. Segundo o chefe do Escritório Nacional de Processos Eleitorais do Peru, Piero Corvetto, com os programas de vacinação mais avançados em áreas onde a comunidade peruana é maior – Estados Unidos, Espanha, Argentina e Chile – a participação provavelmente aumentará e ficará próxima de 1,5%. (Com agências internacionais).

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