Notícias do Corpo: Treino hit é bom, mas não é nenhuma novidade
De tempos em tempos surgem “supostas novas” técnicas de treinamento físico como se fosse uma grande novidade. Em maioria se trata apenas de treinos antigos tradicionais rebatizados. Assim é o treino HIIT (High Intensity Interval Training) como sendo o super treinamento que serve para tudo. Não é bem assim… Em primeiro lugar não é nenhuma novidade como alardeiam por aí. Trata-se do treinamento intervalado popularizado por Zatopeck nos anos 50 e todo atleta de qualquer modalidade faz para melhorar as capacidades aeróbia/anaeróbia a resistência e o condicionamento cardiovascular. O segredo, deste método, como tenho exaustivamente defendido, está na conjugação das suas infinitas variáveis: Estímulo (popular tiro), Duração, Intensidade do Estímulo e o número de Repetições. Outra variável é a manipulação do Repouso (ativo ou Passivo) e a duração desse repouso. Estudos bem conduzidos há muito tempo comprovam o desenvolvimento da resistência anaeróbia/aeróbia, a velocidade de reação e deslocamento, a força explosiva e dinâmica, a capacidade de recuperação, a coordenação, o ritmo e a agilidade. Ao contrário do que muitos corredores (as) pensam o Intervalado não é para sair moído, morto, cheio de dor muscular. O principal objetivo é melhorar o Limiar Anaeróbio. Ou seja, aumentar a capacidade de o corpo suportar a maior velocidade possível e por mais tempo nos tiros sem entretanto causar um acúmulo tão grande de lactato sanguíneo na musculatura que o corpo não suporte removê-lo durante o repouso. Depois de alguns anos de treinamento a evolução se resume em pequenos detalhes como o Limiar Anaeróbio e a Economia de Corrida. Encontrar esse o ponto exato de “pace” nos tiros pode se conseguir em testes de laboratório, mas tem validade por pouco tempo. O melhor ainda é aquela velocidade final de prova que cada um sabe qual é. Portanto, existem infinitos protocolos de intervalados, mas é preciso saber qual o mais adequado de acordo com o objetivo. Intervalado é bom, mas não é único. Precisa ser conjugado com treinos leves pra não machucar. Prof. Moraes
Literatura Sugerida:
- Gibala, Martin J., et al. “Physiological adaptations to low‐volume, high‐intensity interval training in health and disease.” The Journal of physiology590.5 (2012): 1077-1084.
- Tabata I, Nishimura K, Kouzaki M, et al. Effects of moderate-intensity endurance and high-intensity intermittent training on anaerobic capacity and V̇O2max. Med Sci Sports Exerc 1996; 28: 1327–30