Morador de Itaipava diz não ter direito de ir e vir
“Perdemos o direito de ir e vir”. É dessa forma que o aposentado Dalmácio Araújo, de 83 anos, descreve a situação em que vive hoje. Morador da comunidade Retiro do Ribeirão Grande, no km 57 da BR-040, na altura de Itaipava, ele afirma que pede ao poder público melhorias na rua principal desde 1990. Após completar 27 anos a espera de iniciativas que resolvam os problemas da estrada, ele afirma que sente-se ilhado dentro da própria casa.
Junto com o aposentado vivem o irmão, a esposa, o filho de 39 anos também com a esposa, e a neta de 14 anos. Para todos, sair da residência para resolver questões foram da localidade se tornou uma tarefa difícil. E as despesas com a manutenção dos veículos não param de subir. Por conta disso, não existem vans escolares para atender a região, e as crianças descem em sua maioria a pé para estudar. O ponto de ônibus mais próximo fica à 3 km, já na BR-040.
Hugo Leonardo, filho do aposentado, ainda se arrisca a sair de carro diariamente. “A preocupação é saber se ele vai conseguir voltar! Ainda mais nesses dias de chuva forte que a rua vira um verdadeiro lamaçal. Não lembro a última vez que o trator veio aqui para deixar o terreno firme e plano. Mas também não adianta fazer isso e não desentupir os bueiros e as calhas, que ficam cheios de lama após a passagem do trator. Não há como a água escoar aqui, logo o problema nunca será solucionado”, disse chateado.
Dono de uma propriedade no local desde 1978, Dalmácio afirma já estar impaciente. Ainda mais devido a situação do irmão. “Ele é safenado, por isso vira e mexe preciso levá-lo ao hospital Santa Teresa. Mas não conseguimos sair de casa com segurança, ou ao menos com a certeza de que conseguiremos voltar sem ter que largar o carro no meio do caminho e prosseguir o resto a pé. Precisamos que o poder público nos ajude”, pediu.