• Em jogo marcado por paralisações, Atlético-MG vence na Colômbia e se classifica

  • 13/05/2021 23:33
    Por Ricardo Magatti / Estadão

    Em uma noite triste para o futebol sul-americano, o Atlético-MG derrotou o América de Cali por 3 a 1 na Colômbia, manteve a invencibilidade na Libertadores e se garantiu antecipadamente no mata-mata da competição continental. A partida foi paralisada quatro vezes durante o primeiro tempo em virtude das bombas de gás lacrimogêneo atiradas nos protestos em Barranquilla e que afetaram a saúde dos atletas dentro de campo. Mesmo assim, o árbitro uruguaio Andrés Cunha fez de tudo para dar continuidade ao duelo, que voltou a ser pausado na etapa final.

    O Atlético soma dez pontos, permanece na liderança isolada do Grupo H e já garantiu um lugar nas oitavas de final ao lado do Palmeiras porque não pode mais ser alcançado por La Guaira e América, terceiro e quarto colocados. Nas duas rodadas finais da primeira fase, a equipe mineira jogará para assegurar a ponta da chave.

    A atuação das duas equipes foi prejudicada pelos efeitos do gás lacrimogêneo, que vinha do lado de fora do estádio Romelio Martínez. Em uma das paralisações, os jogadores chegaram a ir aos vestiários, ficaram lá por oito minutos, mas depois voltaram ao gramado e encerraram o primeiro tempo. Antes de a etapa inicial terminar, foi simbólica a cena dos jogadores do América tocando a bola na defesa, sem objetividade, e os atletas do Atlético parados, todos esperando o árbitro encerrar a primeira parte. Também foi notório que os dois times não conseguir ter o melhor desempenho físico e técnico em função das bombas de gás.

    Ainda assim, o juiz ratificou sua posição de continuar a partida no segundo tempo e assim o fez. Na segunda parte, houve mais uma paralisação, um pouco menor, desta vez. Em campo, o Atlético aproveitou a fragilidade defensiva do rival colombiano e construiu a vitória que o garantiu no mata-mata de forma antecipada com três belos gols de Hulk, Guilherme Arana e Vargas.

    O primeiro saiu aos 20 minutos do primeiro tempo. Nacho Fernández, um dos destaques da partida, acertou um lindo cruzamento da esquerda na medida para Hulk, que se antecipou à marcação e mandou de cabeça para as redes. Três minutos depois, no entanto, o América de Cali saiu rápido em contra-ataque e empatou o jogo. Carrascal conduziu e acionou Santiago Moreno, que cortou Junior Alonso na área e bateu seco, de esquerda, no canto de Everson. Após a terceira paralisação, Graterol apareceu duas vezes para salvar os colombianos. Primeiro, defendeu arremate forte de Keno. Na sequência, evitou o gol de Nacho.

    Na etapa final, Arana recolocou o time mineiro em vantagem com um golaço, ao marcado aos oito minutos. Savarino foi à linha de fundo na direita e cruzou forte. A bola atravessou a área e chegou limpa para o lateral, mesmo sem muito ângulo, bater bonito, no ângulo direito de Graterol. Cuca, então, fez alterações para dar mais fôlego à equipe. Entre as mudanças entraram Tardelli e Vargas.

    Foram eles que participaram do gol que selou o resultado em contra-ataque certeiro no último lance do jogo. O experiente atacante serviu o chileno, que deu um toque sutil por cima do goleiro, se ajoelhou e concluiu de cabeça para fechar a partida com um lindo gol em uma noite triste na Colômbia.

    AMÉRICA DE CALI 1 X 3 ATLÉTICO-MG

    AMÉRICA DE CALI – Graterol; Arieta, Kevin Andrade, Ortiz e Hector Quinones; Paz (Joao Rodríguez), Carrascal, Cabrera e Moreno (Luis Sánchez); Vergara (Aldair Rodríguez) e Adrian Ramos. Técnico: Jersson González.

    ATLÉTICO-MG – Everson; Guga, Igor Rabello, Junior Alonso e Arana; Jair (Réver), Tchê Tchê e Nacho Fernández (Dodô); Savarino (Vargas), Keno (Diego Tardelli) e Hulk (Allan). Técnico: Cuca.

    GOLS – Hulk, aos 20, e Moreno, aos 23 minutos do primeiro tempo. Guilherme Arana, aos oito, e Eduardo Vargas, aos 51 minutos do segundo tempo.

    ÁRBITRO – Andrés Cunha (Uruguai)

    CARTÕES AMARELOS – Arrieta, Kevin Andrade, Moreno, Jair

    CARTÃO VERMELHO – Kevin Andrade

    LOCAL – Estádio Romelio Martínez, em Barranquilla, na Colômbia.

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