• Pais e responsáveis ainda estão divididos sobre o retorno dos filhos às aulas presenciais

  • 13/05/2021 14:03
    Por Janaina do Carmo

    Dez dias após o reinício das aulas presenciais em Petrópolis, pais e responsáveis pelos alunos ainda estão divididos sobre o retorno seguro às salas de aula. No Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio, por exemplo, única unidade pública a retomar com as atividades, pouca foi a adesão dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio. Na rede particular a presença dos adolescentes é um pouco maior, uma média de 50% de frequência.

    A suspensão das aulas presenciais em Petrópolis aconteceu em março de 2020, no início da pandemia da covid-19. A autorização para a reabertura com atividades presenciais aconteceu quase 14 meses depois, no último dia três de maio, após a Prefeitura publicar um decreto municipal com as normas de funcionamento das unidades.

    Para abrirem, os colégios precisam passar por vistoria de uma equipe técnica e receberem o Selo Escola Segura. As atividades acontecem de forma híbrida, ou seja, com conteúdos remoto e presencial. Além disso, o decreto publicado pelo governo municipal, garantiu aos pais e responsáveis optarem por mandarem ou não os filhos para a escola.

    A Psicoterapeuta Integrativa/Holística, Adriana de Sousa, de 46 anos, foi uma das mães do São Thomás de Aquino, que optou pelo ensino online. O colégio fez uma pesquisa com os pais, questionando quem enviaria ou não os alunos, neste momento, para a unidade. “Coloquei que não, tendo em vista que falta pouco tempo para a conclusão desse semestre. Acredito que no próximo as coisas já estejam melhores, embora haja algumas variantes do vírus por aí. Além disso, muita gente já tomou vacina e espero que de fato haja uma redução no contágio, principalmente nos idosos, que é uma das minhas preocupações, porque os meus pais de coração são idosos e diabéticos e não quero que algo aconteça com eles”, disse Adriana.

    De acordo com dados da Prefeitura, até o momento, 52 escolas foram vistoriadas pela equipe técnica. Destas, 39 obtiveram o Selo Escola Segura, sendo que desse total, 26 unidades iniciaram o retorno das aulas presenciais para os alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio e do Primeiro Ano do Ensino Fundamental.

    Uma das escolas abertas é o PRW, da filha de Alexandre Pinheiro, de 49 anos, empresário da área de tecnologia e integrante do Movimento Escola Aberta, que pedia o retorno das escolas com atividades presenciais na cidade. A previsão é que a menina retorne com as aulas na próxima segunda-feira (17). “Minha filha mais nova está numa expectativa muito grande. Ela está muito mais alegre, já visitou a escola, que está em endereço novo e voltou entusiasmada, pois já viu muitos alunos de outras turmas em aula presencial e reviu alguns professores ‘ao vivo’”, disse.

    A reabertura das escolas vem gerando protestos contrários e a favor desde o ano passado, quando começaram as primeira reuniões sobre o assunto ainda no governo do ex-prefeito Bernardo Rossi. Profissionais de Educação só querem voltar às salas de aula depois da vacina, alegando questões de segurança sanitária. Já alguns pais e proprietários de escolas, pediam o retorno por meio de rígidos protocolos que fossem seguidos pelas unidades.

    “Desde outubro do ano passado a nossa escola já vinha se adequando as normas sanitárias para receber os alunos de forma segura. Estamos com todos os protocolos sendo cumpridos, não apenas os pré-requisitos do Plano Municipal, mas também com toda a reestruturação física e treinamento de funcionários, professores e colaboradores”, disse a diretora do Pensi, Elisa Badia, acrescentando que também houve investimentos em equipamentos para garantir a aplicação de conteúdos de forma remota e presencial. “Estamos também deixando os pais bem a vontade nesse sentido, para optarem ou não pelo ensino presencial, neste momento”, ressaltou.

    Para o vereador Yuri Moura, que integra a Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal (CEADH), está havendo um esforço de recursos e de logística para manter o Liceu Municipal aberto sem que haja uma adesão dos alunos que justifique. A previsão da direção da unidade era que 40% dos alunos comparecessem as aulas presenciais, no entanto, o número foi bem menor. “Percebemos que há insegurança dos pais e também dos estudantes de retornarem com segurança para as salas de aula. Por isso, a nossa posição é contrária a esse retorno de aulas presenciais neste momento”, frisou o vereador.

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