É aí que a porca torce o rabo
Enquanto o cidadão comum não tiver o direito de ir e vir ou de abrir seu comércio, dependendo de autorização de traficantes, como ocorreu no Rio, no bairro da Lapa; – quando um governador, para tentar contornar a rebelião de um presídio tiver que negociar com os traficantes da unidade para transferir detentos; – quando uma prefeitura precisa de autorização de traficantes para levar benfeitorias a uma comunidade, como é normal no Rio; – quando um simples chamado de socorro para quem está em perigo de vida não puder entrar numa comunidade por impedimento dos traficantes; – quando tudo isto se multiplicar por vários estados e centenas de municípios e se tornar uma situação comum – como está ocorrendo – então nenhuma medida terá sucesso, tudo será somente paliativo para dar satisfação à sociedade.
Atitudes de “joão-sem-braço” ou medidas de “cerca-lourenço” para empurrar com a barriga e camuflar toda indiferença e incompetência das atuações públicas, nada resultará em eficácia. Já diz um velho ditado que “quem não tem competência que não se estabeleça” e nossos políticos, de um modo geral, querem se mostrar eficientes nas promessas mas sempre incompetentes e insipientes na prática, em gestões coletivas, pois só querem aparecer e defender suas figuras para usufruir de benesses, indiferentes à má fama que acarretam, de denegrir seus nomes – o que pouco lhes importa.
A austeridade é o principal recurso para se impor com determinação e se as leis não permitem, que sejam modificadas com a urgência necessária para que possam defender uma população pacífica ao invés de proteger bandidos e marginais, por inércia e covardia.
O cidadão de bem não agüenta mais tanta irresponsabilidade quando um presidente, autoridade máxima do país, se acovarda, declarando e confessando publicamente seu medo, com argumentos frágeis, diante da necessária e justa prisão do político mais corrupto, saqueador dos bens públicos e comandante mor duma facção criminosa oficializada – torna-se, portanto, desanimador e carente de confiança em tudo o mais.
É lamentável e nada se resolverá com qualquer desses políticos que aí estão sem a necessária austeridade pois tudo na vida tem que se colocar um freio, um limite, para que a baderna não prolifere como vem ocorrendo desde a entrega do governo aos civis incompetentes. De nada adianta lamentar o leite derramado, mas sinto saudade do eficiente e determinado governador do então estado da Guanabara, o esquecido e desprezado Carlos Lacerda. – um exemplo de austeridade e administrador por excelência.
jrobertogullino @gmail.com