• Cenário básico segue prescrevendo uma ‘normalização parcial’ do estímulo, diz BC

  • 05/05/2021 19:08
    Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues / Estadão

    Ao voltar a elevar a Selic (a taxa básica da economia) em 0,75 ponto porcentual, de 2,75% para 3,50% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a avaliação que o cenário básico segue prescrevendo uma “normalização parcial” do estímulo monetário. O colegiado mais uma vez adiantou a previsão de uma nova alta de mesma magnitude na taxa – para 4,25% ao ano – na reunião de junho.

    “Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude. O Copom ressalta que essa visão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, destacou o BC, no comunicado da decisão.

    O Copom explicou que a normalização parcial da taxa de juros implica a manutenção de “algum estímulo monetário” ao longo do processo de recuperação econômica. Por outro lado, o colegiado enfatizou que essa visão não significa um compromisso do BC com essa posição. “Os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, destacou o documento.

    Enquanto a reforma tributária voltou à estaca zero na Câmara dos Deputados, o Copom repetiu o parágrafo com o alerta de que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.

    O colegiado também manteve o balanço de riscos com fatores em ambas direções. De um lado, o processo de recuperação econômica em meio à pandemia pode ser mais lento, produzindo uma inflação menor. Por outro lado, o prolongamento de medidas fiscais de resposta à crise ou a frustração com as reformas podem elevar os prêmios de risco.

    “O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, repetiu o Copom.

    Últimas