Muricy Ramalho exalta trabalho de Crespo no São Paulo, mas evita empolgação
O início de trabalho do treinador argentino Hernán Crespo no São Paulo tem causado uma ótima impressão nos bastidores do clube. Em 11 jogos até antes de enfrentar o Rentistas, do Uruguai, pela Copa Libertadores, são nove vitórias, um empate e uma derrota. Nesta quinta-feira, em entrevista à Band, o coordenador técnico Muricy Ramalho exaltou a forma como o atual comandante tricolor comanda a sua equipe.
“É cedo pra se empolgar, mas o mais importante é o trabalho do dia a dia. Vocês não podem ver, tá tudo fechado, mas estou todo dia no CT e estamos vendo que o que foi planejado e conversado com Crespo na videoconferência lá atrás para conhecê-lo e saber o que ele pensava sobre futebol está se transformando no dia a dia. Fica até a surpresa com a adaptação rápida dele e da comissão dele com todos no CT. O momento é bom, mas ainda é muito pouco, é muito cedo para se empolgar. Sou pés no chão. Mas estamos no caminho certo”, disse Muricy.
Ídolo e tricampeão do Campeonato Brasileiro à frente do São Paulo (2006, 2007 e 2008), o atual coordenador técnico voltou a exaltar Crespo ao compará-lo ao antecessor Fernando Diniz, que deixou o clube após o Nacional, no final de fevereiro, e disse que o argentino está com sede de títulos – o time tricolor não levanta um troféu desde 2012.
“Cada um tem a sua maneira de trabalhar. É claro que o Diniz deixou algumas coisas boas, a questão da posse de bola, mas o que mais queríamos do Crespo e continuo falando com ele é um jogo vertical. A torcida do São Paulo gosta que o time jogue bem, mas que pressione os adversários, principalmente no Morumbi. Só jogar bem não basta. O Crespo mudou o esquema, está sendo inteligente e os jogadores compraram a ideia. Além de um bom treinador, ele é um cara gente boa. E está com fome. A gente precisa de gente com fome, que trabalhe pra caramba porque estamos há muito tempo sem ganhar”, comentou.
Para Muricy Ramalho, a sede de títulos inclusive deve estar em cada funcionário que trabalhe no São Paulo. “Todos. Comissão técnica, jogadores, diretoria, funcionários do CT. Todos precisam trabalhar e dar retorno. Tem que gostar e ter paixão. Não tá tudo bem quando perde. Estamos num clube gigante, com história, torcida e estrutura. Quando perde tem que ficar triste e sentir na pele o que o torcedor sente”, afirmou.
O coordenador técnico defendeu a continuidade de Daniel Alves na lateral direita. Desde a vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0, pelo Campeonato Paulista, o atleta ganhou sequência na posição e vem se destacando. Na opinião do ex-treinador, como lateral direito ele é o melhor do mundo e tem mais chances de disputar a Copa do Mundo.
Muricy Ramalho ressaltou que ele tem atuado no São Paulo de maneira parecida com a que o técnico Tite gosta que os laterais joguem na seleção brasileira. “Quem escala o time é o Crespo, mas eu tenho opinião. O Daniel Alves quer disputar a Copa do Mundo. E, jogando de lateral direito, não tem ninguém melhor que ele. Tem o Danilo na seleção, mas tem muitos altos e baixos. E não é só os passes verticais, a parte física do Daniel Alves é impressionante”, ressaltou.
“Hoje ele é um ala, muito mais de construção que de defesa e ele conhece muito a posição. E é o que o Tite gosta na seleção também. Levo muita fé que ele vá para a seleção na lateral direita. Quem chegou agora na posição dele vai ter que lutar muito porque ele voltou e entende muito. E é muito dedicado no dia a dia”, completou.