Ajudando a mãe a lavar a louça
Por acaso, pela internet encontrei o que não procurava – uma frase lapidar do jornalista norte-americano Patrick J. O´Rourke: “Ficar aborrecido dá menos trabalho do que tomar uma atitude para acabar com o aborrecimento. Todos querem salvar o mundo mas ninguém quer ajudar a mãe a lavar a louça”. E lá constam vários comentários, todos se justificando que ajudam a mãe na tarefa – são aqueles que lêem um texto sem saber interpreta-lo. Que tristeza! Convenhamos, esta gente também vota – cruzes!
Então constatamos que, diante de tanta inércia dos órgãos competentes, alguns poucos, contrariando muitos, arregaçaram as mangas e resolveram botar ordem na casa da Mãe Pátria lavando a louça suja – Juiz Sergio Moro e a equipe do procurador Deltan Dallagnol – mesmo sob protesto de uma multidão de céticos que está sendo muito incomodada.
A atuação dessa equipe já é mais do que do domínio público há cerca de dois anos – persistentes, corajosos, mesmo diante de ameaças, continuam seu trabalho incansável, em prol do país dando uma lição de eficiência e dedicação aos demais órgãos públicos que, na maioria das vezes se omitem escorados na eterna “burrocracia” institucionalizada, empurrando tudo com a barriga da inércia. A equipe em ação possui figuras exemplares onde não se constata qualquer falha de conduta, mesmo que sejam “escarafunchadas”, tão ao gosto dos opositores para provocar sensacionalismo e, convenhamos, isto se reflete num pequeno grande detalhe – até hoje não vi a mídia ensaiar uma possível candidatura do juiz para o pleito de 2018, mas outros, como se dizia antigamente – “por dá-cá-esta-palha” – são insinuados, subliminarmente, como foi, há pouco mais de um ano, com outro cidadão que, de repente, a mídia se calou, em função do nome aparecer nas investigações da Lava-jato. Sei que o juiz não se interessará mas é somente uma avaliação de valores.
Agora surge outro nome, da mesma origem, sem grande estardalhaço, mas na “moita”, e que as pessoas têm que se precaver e não, como sempre ocorre, se “emprenhar” pelos ouvidos no afã da massificação da mídia que sempre tem interesses dúbios por trás de tudo. “Devagar com o andor que o santo é de barro”, portanto, 2018 ainda está longe para se especular em cima de figura não tão conhecida em seu interior só por se apresentar com boa imagem no momento, no cargo que ocupa.
Não criemos novos “aborrecimentos”, se ainda há muita louça para ser lavada. Aguardemos o desenrolar da Lava-jato.
jrobertogullino@gmail.com