Moradores reclamam de abandono no lago de Nogueira
Moradores e turistas que frequentam a região de Nogueira reclamam do péssimo estado de conservação em que se encontra o lago do bairro. Tomado por mato e com grande quantidade de lama, o local, que já foi atração turística, hoje tem sua beleza ofuscada pelo abandono.
O aposentado Nilton de Oliveira, de 87 anos, mora em Corrêas, e vai a Nogueira todos os dias contemplar o que ainda resta do lago. Com algumas varas de bambu nas mãos ele faz o que pode para cuidar do lago. “Esse lugar é belíssimo. Muito maravilhoso para ficar do jeito que está. Eu lamento muito, porque nós estamos vendo abandonado aqui um grande patrimônio de nossa cidade. Eu moro em Corrêas há anos, e costumo vir aqui todos os dias para contemplar essa vista e refletir um pouco sobre a vida”, contou.
Nilton, que é apaixonado pelo lago, mostrou um detalhe muito importante que acaba se tornando quase que imperceptível. Algumas das grades do vazadouro do lago foram quebradas ou retiradas, o que permite a passagem direta de mato, pedaços de galhos de árvores e até troncos, que numa eventual enxurrada podem entupir e represar a água, provocando o transbordamento pelas valas. “Isso é um perigo danado. Muita gente não faz ideia do risco que tem disso aqui entupir. Se encher vai transbordar e inundar essa parte de baixo toda. Além desse abandono deixar o local feio, ainda torna Nogueira um lugar perigoso”, completou o aposentado.
Na parte de cima, o lago está tão assoreado e com tanta lama que é possível caminhar sobre ele. As famílias de capivaras se aproveitaram e fizeram dali sua morada. Em algumas partes do lago é possível até ver árvores crescendo, tudo isso num espaço onde antes havia pedalinhos. “Aqui em cima as pessoas andavam de pedalinho e depois passavam a tarde toda em volta do lago. Isso era uma coisa linda”, disse Roseane Schmidt, que mora em frente ao lago.
As ruas e calçadas em volta também estão abandonadas. Os motoristas são obrigados a fazer inúmeras manobras para desviar dos buracos. Além disso, não há sequer placas de sinalização e orientação aos motoristas.
As ruas Belo Horizonte e Juiz de Fora, por exemplo têm trechos críticos, onde em dias de chuva moradores só conseguem sair de casa de carro, e mesmo assim, com dificuldades. “Se chover um pouco a rua já acaba. Fica uma lamaceira, e umas poças enormes que duram dias. E o pior é que nunca se sabe o que tem por baixo delas. Pode ser um pequeno desnível ou um enorme buraco. Moramos aqui há muito tempo e já reclamamos muito, mas até hoje não tivemos nada de resposta”, explicou Marilda Cardoso, que mora no bairro de Nogueira há mais de 20 anos. Ela disse que seu marido já teve o carro danificado pelos buracos. “A gente não tem como sair de casa se chover. E mesmo de carro é difícil. O carro já até teve problemas no cano de descarga porque acaba esbarrando”, completou.