• O tamanho da “chave”

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  • 18/02/2016 12:42

    Monteiro Lobato escreveu “A chave do tamanho” e eu questiono “O tamanho da chave”. 

    Raros os que observam pequenos detalhes, mesmo que preciosos, o que é de suma importância no nosso dia-a-dia, podendo ser considerado, até, gênero de primeira necessidade, como remédios e alimentos – é a chave da casa de cada um. Sem ela não temos segurança (inexistente no país) e não podemos sair nem entrar em nossa própria casa. E quem se preocupa com tal detalhe insignificante, mas tão valioso?

    Depois da troca de chaves do prédio, precisei fazer seis cópias, mas titubeei de espanto diante do preço – 10 reais cada, isto é, 60 reais por 6 simples chaves que se faz em 10 minutos. Isto mesmo, 10 reais por essa pequenina peça, tão importante e que carregamos displicentemente no bolso – mais cara que uma ação da Petrobrás; o preço de dois quilos de banana prata; de quase um quilo de tomate; mais caro que um quilo de filé de frango – por isto a surpresa. Mas, quem controla esse preço que, para mim, deve ser uma máfia “sindicalista”e há que se perguntar – por que tão cara? Coisa típica de país com excesso de leis inúteis que desvalorizam as mais necessárias – ninguém respeita ninguém; não se fiscaliza nada – todos metem a mão a seu bel prazer e o povo tem que pagar. E já foi o tempo em que deixávamos a chave debaixo do capacho da entrada, para que todos pudessem usá-la.

    Até bem pouco tempo, uma fechadura vinha com duas chaves – agora é somente uma – quer dizer, o velho jogo ”malandro” das indústrias que, para colaborar com a tapeação do governo em suas pesquisas, diminuem a quantidade do produto, na embalagem, mantendo o mesmo preço para se fazer o imbróglio tão ao gosto do governo – enganar o povo, que deve gostar de ser enganado, e nem liga para o detalhe. 

    E o governo acha que quem movimenta mais de dois mil reais por mês tem que ser fiscalizado porque está ganhando muito e nem dá atenção para o desabafo cínico do “cumpanheiro” José Dirceu que declarou diante do juiz Sergio Moro que a importância mensal de 120 reais seria irrisória – um escárnio, um deboche. E tal observação não vem a ser uma avaliação negativa, pessimista, mas realista – em princípio, enxergando um pouco mais fundo.

    Como disse Tom Jobim – “o Brasil não é para principiantes” – e o PT, mesmo depois de 12 anos, continua sendo principiante, sem qualquer noção administrativa e  seria capaz de desafiar seus economista de plantão se saberiam fazer um cálculo de custo de um produto industrializado, diante de tanta diversificação de impostos e leis trabalhistas, se não sabem como gerir o orçamento doméstico dessa Casa Grande que é o Brasil. Quando qualquer um tem que se apertar dentro de seu salário, o governo acha mais fácil aumentar os impostos – é mais cômodo e mais prático, o que comprova sua incompetência total no assunto.

    O trabalhador quando mete a mão no bolso só consegue retirar de lá cinco dedos vazios e nem mais as chaves de casa, enquanto os políticos, passam os cinco dedos em algum lugar antes de botar a mão no bolso. Como dizia Millor Fernandes – “e viva o Brasil onde o ano todo é primeiro de abril”! País de povo alegre, simpático, mas apático – em nada reage, além de alguns panelaços e passeatas.

    Um absurdo com chave a esse preço, quando “espertos” têm lucros excessivos em produto que sai em série sem interrupção. Quem explica? Os fabricantes ou os chaveiros? – jrobertogullino@gmail.com 

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