Não é apenas dentro de campo que petropolitanos brilham na edição 2021 do Campeonato Carioca. Fora das quatro linhas, também tem talento da cidade brilhando e encantando, mas com suas notas musicais. É o caso de Rodrigo d’Avila, músico e maestro petropolitano, criador do tema de abertura da vinheta do Campeonato Carioca 2021.
E olha, se engana quem pensa que o processo para produção da trilha do campeonato foi longo. De acordo com Rodrigo, o desenvolvimento da vinheta foi bem rápido. “O desenvolvimento da vinheta foi muito rápido. A produtora de eventos e transmissão do cariocão entrou em contato comigo em uma quarta-feira à noite, para já entrar ao vivo na transmissão de quinta. A partir dali coloquei a mão na massa e fui desenvolvendo as ideias, até chegar no resultado final. Mesclei elementos do samba, do funk e ficou um resultado bem ritmado, com elementos harmônicos”, conta.
O petropolitano conta que o trabalho de criação o levou a uma nova experiência, que foi o de trabalhar com elementos do funk, e que, inclusive, já pensa em futuros trabalhos de composição explorando o ritmo. “Acredito que sempre conseguimos desenvolver melhor com algo que nos identificamos, o que não era o caso do funk. O ritmo funk é muito interessante, e tenho certeza que o gênero é por vezes mal visto por conta das inúmeras letras escatológicas e de baixo conteúdo, mas o ritmo em si é muito interessante e contagiante. Gostei tanto de trabalhar o ritmo funk que estou mesmo pensando em compor algo”, disse.
O resultado do trabalho pode ser conferido na rede social do músico, onde a trilha está disponível.
Composição do tema do Rio Montreux Jazz Festival
Rodrigo também compôs o tema de abertura do Rio Montreux Jazz Festival 2020, chamada “Caxinguelê”. Todo o processo de composição e gravação foi feito em casa. O Rio Montreux Jazz Festival, que teve a primeira edição realizada em solo brasileiro
no ano de 2019, apresenta grande variedade de estilos musicais (apesar do nome), e já contou com as participações de grandes nomes nacionais e internacionais da música, como Steve Vai, Stanley Clarke, Hamilton de Holanda, Milton Nascimento, Samuel Rosa e Maria Gadú.
Talento musical vem de berço
Rodrigo é neto por parte de pai e mãe de dois músicos e maestros e foi apresentado, desde pequeno, à música clássica. “Meu avô Benedito Martins era um grande saxofonista, maestro e arranjador e meu outro avô, Roberto Catelli d’Avila, músico do coração. Foi meu avô Roberto que me apresentou desde pequeno à música clássica e me ensinou as primeiras notas. Tocava tuba e trombone. Formou muitos músicos em Petrópolis, através por exemplo, da famosa banda do São Judas Tadeu”.
Formado em composição pelo Conservatório Brasileiro de Música em 1998 e em regência em 2005, o maestro Rodrigo d’Avila também tem trabalhos com diversos corais de Petrópolis e de fora da cidade no currículo, como Coral Conservatório de Petrópolis, Coral das Princesas de Petrópolis e Coral da Petrobras.
Atualmente, trabalha com composições para a TV e é maestro do Coral de Petrópolis há quatro anos. E tem mais: também é músico de jazz e vem se dedicando ao estilo musical nos últimos quatro anos, mas não deixa as composições instrumentais brasileiras de lado. Assim como no futebol, Rodrigo é o típico músico que “joga nas onze”.