Problemas na coleta de lixo e entulho provocam reclamações
Apesar do trabalho feito pela Comdep e pelas novas empresas de saneamento básico, o serviço da coleta de lixo em Petrópolis ainda não foi normalizado. Em várias ruas de comunidades e bairros há montanhas de lixo que ainda precisam ser recolhidas, e em muitas delas o lixo se mistura ao entulho e toma as calçadas e até mesmo parte da pista.
Um dos lugares que mais chama atenção é a rua Felipe Camarão, no Retiro. Logo na entrada da via as coletoras de lixo quase somem em meio à montanha de lixo doméstico e entulho. Há caixotes de madeira, pedaços de móveis e até restos de eletrônicos. O lixo é tanto que já ocupa um pedaço da beira da rua. "Se continuar vai cair tudo dentro do rio. E nessa época de chuva é bem preocupante. Se isso acontece aqui embaixo imagina nessas comunidades onde há servidões distantes, em que o lixo pode descer encosta abaixo pelos córregos e rios", lamentou Cleomir Vaz.
Mais à frente, próximo à Servidão Durvalina da Silva Francisca, que dá acesso à Comunidade do Neylor, a situação é ainda pior. Uma montanha de lixo envolve uma coletora elevatória, e se mistura a entulho e restos de móveis como sofá e até um colchão. Quem passa pelo local diariamente reclama da situação. "Eu tenho vergonha. Semana que vem é meu aniversário, e vou chamar alguns parentes meus do Rio. Fico envergonhada deles subirem aqui em casa. Vão se deparar com essa sujeira toda. Está muito ruim. Espero que tomem logo alguma medida e resolvam isso o quanto antes", disse Stefany Monteiro, que mora no Neylor.
Na Rua 24 de Maio, no Centro, é tanto lixo que os moradores estão tendo que passar pelo meio da rua. “Aqui nós ficamos sem coleta por mais de 15 dias. Depois disso até andaram pegando algumas coisas, mas o lixo só aumenta. As pessoas ainda jogam entulho no meio, aí fica pior. Parece que estão pegando pouco, e que tem mais lixo chegando do que sendo coletado. Meu medo é isso resultar num problema de saúde pública. Nós é que seremos prejudicados”, lembrou Moacyr Laureano, 48 anos.
Nos bairros Mosela, Bingen e na Rua Dias de Oliveira, a situação é semelhante. Nesses bairros houve coleta, mas a situação ainda não foi normalizada. Em alguns pontos tem até sofá jogado ao lado das lixeiras, junto aos pedaços de móveis.
A Tribuna questionou a Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) sobre os casos citados na matéria – tanto a falta de coleta de lixo quanto ao destino que deverá ser dado ao entulho. O presidente do órgão, Wagner Silva, informou que a Comdep “está com duas equipes e seis caminhões nas ruas realizando o recolhimento do entulho”. Os profissionais, segundo ele, atuaram ontem nos bairros Quissamã, Estrada da Saudade, Caxambu, São Sebastião e Vital Brazil. Na quarta-feira, foram feitas 22 viagens para o bairro Independência para retirar todo entulho acumulado. Para o Bairro Esperança foram feitas 10 viagens para recolher o material. Wagner disse ainda que hoje haverá uma equipe atuando especificamente na região do Duarte da Silveira, citada na reportagem, assim como em bairros adjacentes.
A Comdep justificou o deslocamento emergencial de mais de 200 profissionais para a coleta de lixo com a paralisação feita pela Locar, que cobra uma suposta dívida da antiga gestão.
Questionada sobre o entulho, que muita gente acaba jogando nas ruas por não ter onde descartar, a companhia garantiu que o programa “Disque-Entulho”, que permite que a população solicite o serviço de coleta diretamente à Comdep, deverá ser retomado até o fim do mês, junto às ações de conscientização que deverão ser direcionadas à população para evitar que o entulho seja jogado nas ruas.