• “Destruindo sonhos”: mãe diz que Educa em Casa só funciona para registrar presença

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  • 15/04/2021 15:57
    Por Victor Carneiro

    Instabilidade na plataforma “Educa em Casa” desde o ano passado, utilização da plataforma apenas para registro de presença (quando conseguem acessar), desrespeito à carga horária mínima do ano letivo e “interação” de atividades, através de grupos de WhatsApp. Foi dessa forma que a mãe de uma aluna da Escola Municipal Monsenhor João de Deus, em Pedro do Rio, relatou como tem sido a “rotina de estudos” da filha, de 11 anos, que cursa o 6º ano do ensino fundamental.

    De acordo com Luciana Aranha, desde o ano passado a plataforma “Educa em Casa” apresenta instabilidade e problemas na hora do acesso. Ela relata que a carga horária mínima do ano letivo não é cumprida e que estão “destruindo sonhos, privando as crianças do direito à educação”.

    Luciana afirma que já fez reclamações na secretaria da escola, com a direção da unidade de ensino e até na secretaria de educação, mas, até o momento, o cenário continua o mesmo.

    “A escola alega que precisa seguir as orientações da secretaria de educação, que estamos vivendo um momento delicado e precisamos ter paciência. Já a secretaria de educação diz que está trabalhando na melhoria da plataforma, e desse jeito vivemos neste ciclo sem fim. Desde o ano passado tem sido essa luta. A plataforma vive instável, e por isso, a escola optou por criar um grupo no WhatsApp, chamado ‘Sala de aula'”, disse.

    Ela destaca que o grupo criado no WhatsApp não segue nenhum protocolo ou diretriz e desabafa sobre o tema. “O grupo de WhatsApp criado pela escola não segue nenhuma regra. Cada professor adota uma postura. Uns pedem que alunos enviem foto da atividade no grupo, outros no privado, outros na plataforma, e ainda tem os que nem querem receber os deveres, pois já postaram com gabarito. Poderia ficar listando desorganização e falta de respeito até amanhã”, disse.

    As atividades da semana, segundo ela, são equivalentes a um dia de aula, em questão de carga horária.

    A Tribuna, então, entrou em contato com a Prefeitura de Petrópolis sobre o tema.

    A Escola Municipal Professor João de Deus informou que a plataforma “Educa em Casa” é alimentada semanalmente com cadernos de atividades para os alunos da escola e que os professores ficam disponíveis pelo chat. Acrescentou que o grupo no WhatsApp foi criado com o intuito de facilitar o acesso dos alunos, e que a escola oferece interação diariamente, “em horários pré-estabelecidos e amplamente divulgados para alunos e responsáveis”.

    O município acrescentou, ainda, que semanalmente são disponibilizados conteúdos impressos para os alunos que têm dificuldades no acesso virtual e que a unidade escolar está disponível para esclarecer qualquer dúvida dos responsáveis.

    Sobre as queixas de instabilidade da plataforma online, a Prefeitura informou que o “Educa em Casa” está funcionando normalmente, e que desde o ano passado, os professores alimentam o espaço com atividades para cada turma, de acordo com a escolaridade, seguindo o plano de aula e o projeto pedagógico da instituição de ensino, levando em consideração a Base Nacional Comum Curricular.

    Também destacou a criação de um chat, para interação de alunos com professores, e que a criação de grupos de WhatsApp, as escolas podem manter a interação através da ferramenta para o fortalecimento do vínculo, mas que o meio oficial de aprendizagem é o “Educa em Casa”.

    Com relação às reclamações de instabilidade, o município afirmou que a plataforma mantém a segurança no acesso e que quando existe algum problema, a equipe técnica é acionada, dando suporte à rede.

    Sobre o não cumprimento da carga horária, destacou que a orientação da Secretaria de Educação é que todas as escolas respeitem a carga horária mínima estabelecida e que em caso de dificuldades, os responsáveis entrem em contato com o departamento de Inspeção Escolar pelo telefone: (24) 2246-8675.

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