• Com desrespeito da população, MT dificilmente terá ‘lockdown’, diz governador

  • 25/03/2021 10:11
    Por Pedro Caramuru / Estadão

    O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), disse em entrevista à rádio CBN que “dificilmente” irá decretar um “lockdown” no Estado, uma vez que, segundo ele, o “desrespeito às leis está ficando latente” e “está se consolidando no País sentimento de insubordinação”. O governador ressaltou que “isso é muito ruim e em algum momento pode fugir ao controle”.

    O governador disse que o Estado passa por um “momento de grande dificuldade”, diante da baixa adesão da população às medidas de distanciamento. Conforme relatou, a ocupação dos leitos de UTI no Estado está em 97%, com os poucos leitos restantes servindo de reserva técnica para casos graves.

    Dentre os responsáveis pela percepção e comportamento da população, Mendes não descarta a influência do governo federal. “É impossível imaginar que um presidente da República de qualquer país do mundo – e aqui no Brasil não é diferente – não tenha capacidade de influenciar a sua população”.

    “Nosso Estado tem, sim, número grande de pessoas simpáticas à forma dele Bolsonaro atuar, nas formas que ele diz, e, seguramente, isso influencia. Nas regiões do agronegócio, as pessoas não querem ouvir falar, sob hipótese alguma, em distanciamento ou paralisação”, completou o governador. Jair Bolsonaro tem feito elogios recorrentes ao setor, por não adotar a “política do fique em casa”.

    Na terça-feira (23), a Assembleia do Estado rejeitou proposta do governo de antecipação de feriados que, na prática, criaria um período de dez dias de suspensão das atividades econômicas. A proposta foi reprovada pela ampla maioria dos deputados, com um único voto favorável do deputado Lúdio Cabral (PT), oposição ao governo.

    Mendes, que disse evitar criticar decisões de outros poderes a fim de não criar crises institucionais durante o grave momento da pandemia da covid-19, ressaltou que “Mato Grosso é hoje o Estado com o pior nível de distanciamento”. “É uma opção que a sociedade tem feito apesar de o governo ter feito campanhas pesadas, que estão no ar, usando os meio de comunicação”, disse.

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