• Uruguai fecha serviços públicos e suspende aulas contra alta nos casos de covid

  • 25/03/2021 07:59
    Por Redação / Estadão

    O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, determinou o fechamento de repartições públicas e a suspensão total das aulas presenciais até 12 de abril, entre outras medidas, que visam “reduzir a mobilidade” para conter a forte escalada das infecções por covid-19. O país sul-americano, que chegou a ser considerado um exemplo na região no início da pandemia, adotou as medidas mais restritivas após a descoberta da variante brasileira no país.

    Como parte do pacote estão o fechamento de todos os serviços públicos, exceto os essenciais; a suspensão de aulas presenciais e espetáculos públicos; fechamento de ginásios e lojas na fronteira, bem como a suspensão de festas e eventos sociais.

    “Tomamos medidas que visam reduzir a mobilidade”, informou o presidente em entrevista coletiva, após reunião de várias horas com seu gabinete.

    Na segunda-feira, dia 22, foram registrados 2.682 novos casos no país e 19 mortes, os maiores números desde a declaração da emergência sanitária, em março de 2020. Com o aumento, comunidades científicas e acadêmicas e até a oposição e apoiadores do governo passaram a exigir medidas mais restritivas para conter as infecções.

    “Temos uma cepa muito poderosa na capacidade de penetração e contágio: infecta 2,5 vezes mais que a outra”, explicou o presidente. “E vivemos uma situação complexa no sistema de saúde, principalmente pressionando as UTIs”. Para evitar o colapso sanitário, o presidente também informou que serão acrescentados 129 leitos de tratamento intensivo e mais respiradores serão adquiridos.

    Na esfera econômica, Lacalle Pou afirmou que o valor da assistência social recebida por quase meio milhão de uruguaios, por meio de diferentes programas, dobrará em dois meses.

    Além disso, o imposto especial sobre os altos salários dos funcionários públicos será restabelecido pelo mesmo período. A arrecadação do imposto, que já foi implantada em 2020, “irá para as atividades prejudicadas pela redução da mobilidade”.

    “Não somos a favor do confinamento total ou da quarentena obrigatória”, afirmou, ressaltando mais uma vez o conceito de liberdade responsável de cidadania.

    Embora a vacinação avance rapidamente – em 23 dias 10% da população já recebeu a primeira dose – desde fevereiro os números diários de casos e óbitos não param de bater recordes. Os números absolutos, no entanto, continuam baixos: o país de 3,4 milhões de habitantes registrou até agora 84.212 infecções e 827 mortes por covid-19.

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