Gaape pode fechar as portas se não receber ajuda
Cento e duas crianças podem ficar sem atendimento especializado nas áreas de psicologia, fisioterapia e musicoterapia se o Gaape Petrópolis fechar as portas. A instituição pede ajuda para continuar o atendimento. Desde janeiro a FIA – Fundação para Infância e Adolescência não faz o repasse mensal de R$ 14.490,00, totalizando um rombo de R$ 179 mil nas contas. Além disso, segundo a entidade, o município deixou de repassar cerca de R$ 24 mil por conta de um atraso de dois meses no pagamento do convênio. Os funcionários do Gaape estão sem salários e continuam atuando por amor às crianças, no entanto, falta dinheiro para pagar as contas básicas da instituição.
O Gaape foi fundado há 15 anos com a intenção de auxiliar crianças autistas. Vinte e cinco profissionais atuam no grupo. De acordo com Márcia da Silva Loureiro, esses profissionais já não têm 13º salário, férias e vale-transporte. “Eles recebem pouco e trabalham por amor. Só continuam aqui por amor. São 102 crianças autistas que podem ter os tratamentos paralisados. Elas são especiais e não podem ter interrompimento no tratamento terapêutico, porque podem ter perdas significativas”, disse Márcia.
O Gaape conta com duas fonoaudiólogas, duas psicólogas, um fisioterapeuta, uma pedagoga, seis professoras, um musicoterapeuta, um administrador, uma secretária, um cuidador, um auxiliar administrativo e um auxiliar de serviços gerais, fora os profissionais voluntários.
“O rombo da FIA é muito grande, mas com o repasse da Prefeitura conseguíamos pagar alguma coisa. Os pais são incansáveis, fazem rifas, dividem algumas contas, às vezes, mas o que eu sinto é que os profissionais do Gaape não são valorizados. Por que isso está acontecendo? O poder público acha que os autistas não merecem um tratamento humano? Hoje o Gaape só está funcionando por conta do amor dos profissionais pelas crianças que choram só em pensar no término das atividades, mas, se continuar dessa forma, infelizmente fecharemos no final deste mês. Esse é o presente de Natal que o poder público está dando para as crianças e para os profissionais. Não tenho mais o que dizer a eles, cada um que atua no grupo tem contas para pagar, tem filhos. Em quinze anos nunca passei por uma situação tão triste na minha vida”, disse Márcia.
Ainda segundo Márcia, se o Gaape recebesse a verba que a prefeitura está devendo, já pagaria os funcionários. “Estamos pedindo socorro, ajuda. Vamos perder os melhores funcionários e as crianças a qualidade de vida”, contou.
Se alguém puder ajudar o Gaape pode entrar em contato pelo telefone 2242-3605. Depósitos também podem ser feitos na conta do Gaape, em nome do Grupo dos Amigos dos Autistas de Petrópolis. Banco Bradesco, agência 3847, conta 11-6. O Gaape fica na Rua Santos Dumont, nº 604, Centro.