Sobrinho de Castor de Andrade tem prisão decretada
A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz buscas, neste sábado (13), para tentar prender o contraventor Rogério Andrade, sobrinho do também contraventor Castor de Andrade. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio na noite de sexta-feira (12), após ser denunciado pelo Ministério Público estadual (MP-RJ) como mandante do assassinato de Fernando de Miranda Iggnácio, morto em novembro de 2020 no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio). Iggnácio era genro de Castor de Andrade, que morreu em 1997. Desde sua morte, a família se dividiu e vive em confronto pelo controle da exploração de pontos de jogo do bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel. Nos últimos anos, Iggnácio e Andrade eram os principais inimigos.
A ordem de prisão foi decretada pela juíza Viviane Ramos de Faria, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. O sobrinho de Castor não havia sido localizado até as 16h deste sábado. Além dele, outras cinco pessoas foram denunciadas e tiveram a prisão preventiva decretada pelo homicídio triplamente qualificado (cometido de emboscada, mediante paga ou promessa de recompensa e com emprego de meio que possa resultar perigo comum). Segundo a investigação da Polícia Civil e a denúncia do MP-RJ, o policial militar reformado Márcio Araújo de Souza era segurança particular de Andrade e, a mando do chefe, contratou Ygor Rodrigo Santos da Cruz, Pedro Emmanuel D’onofre Andrade Silva Cordeiro e Otto Samuel D’onofre Silva Cordeiro e o cabo da Polícia Militar Rodrigo da Silva das Neves, que atuava no 5º Batalhão da PM (Praça da Harmonia), para matarem Iggnácio. Neves e Cruz já haviam trabalhado como seguranças da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, da qual Rogério Andrade é patrono.
Identificado como um dos executores do homicídio logo após o crime, Neves fugiu, mas foi preso em uma pousada na cidade de Canavieiras, na Bahia. Os outros três acusados de praticar o homicídio estão foragidos – segundo o réu preso, fugiram para o Paraguai. Souza se entregou à Polícia Civil no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro passado e também está preso.
Neste sábado, a Polícia Civil esteve na casa de Rogério Andrade, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, mas não encontrou o contraventor. A procura continuava ao longo da tarde.
O crime. Às 13h15 do dia 10 de novembro de 2020, Iggnácio chegou de Angra dos Reis, no sul fluminense, transportado de helicóptero até o heliponto da empresa Heli-Rio, na avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes. Ele desembarcou do helicóptero e, enquanto caminhava rumo ao próprio carro, foi atingido por tiros de fuzil. Os criminosos conseguiram fugir, mas a polícia rastreou o trajeto feito pelo veículo durante a fuga e a partir daí identificou os acusados.