• Forças Armadas atuam no combate ao Aedes Aegypti em Petrópolis

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  • 14/02/2016 09:00

    Mobilização. Essa foi a palavra de ordem das cerca de 500 pessoas que atuaram ontem, no Dia D de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Desse número, 350 homens do Exército, 40 das Forças Armadas, 48 agentes de endemia e a equipe da prefeitura, que contou com o apoio da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, de Segurança Pública e da Vigilância Sanitária. Eles iniciaram o trabalho às 8h da manhã e até 12h atuaram na distribuição de panfletos em toda a cidade com o objetivo de conscientizar a população. O encontro das autoridades aconteceu na sede do 32º Batalhão de Infantaria Leve (BIL) Dom Pedro II, na Vila Militar.  

    O prefeito Rubens Bomtempo explicou que o município já vem trabalhando com o objetivo de minimizar os focos do mosquito. Recentemente, uma equipe intersetorial fez um mutirão no Bairro da Glória, em Corrêas e já está agendada a mesma ação no Alto Independência. Com a presença do Exército, ele acredita que conseguirá abranger a atuação no que diz respeito ao processo de conscientização da sociedade petropolitana. “Somando forças, conseguimos mobilizar a população, o que vai acarretar em mais eficiência nessa luta”, disse, acrescentando que esse é um momento de alerta que exige uma responsabilidade maior de cada um, principalmente durante o verão, época em que a proliferação do Aedes Aegypti é ainda maior. Ainda sobre a presença das Forças Armadas no processo de mobilização, ele destacou que o Exército tem muita credibilidade, o que acaba repercutindo de maneira positiva. 

    Já o comandante do 32º BIL, Jonas de Oliveira Santos Filho, explicou que dos 640 homens que o quartel possui, 350 foram para as ruas. Isso porque uma parte deles ainda está de férias. Além disso, houve o apoio de 40 oficiais das Forças Armadas. O objetivo é abranger o máximo possível dos locais de atuação, principalmente em espaços públicos, como em shoppings, praças e áreas próximas às rodoviárias. 

    O comandante disse que o trabalho de combate foi dividido em quatro fases. A primeira foi a de conscientizar o público interno do exército, que é uma ação que se expande para toda a família dos militares. Já a segunda foi a que aconteceu ontem, das 8h às 12h, quando os soldados se dividiram por todo o território da cidade, distribuindo panfletos e alertando sobre os cuidados que as pessoas devem ter em suas casas. A terceira fase acontece de segunda a quinta-feira, quando será feito o combate em áreas específicas de possíveis focos. E a quarta, que ainda não tem data marcada, deverá contemplar palestras e orientações nas escolas. 

    A ação de combate contou também com o apoio do presidente da Finep, Wanderley de Souza. O instituto atua apoiando o desenvolvimento da ciência e está com foco na investigação do vírus da Zika. “Nossa missão é entender a doença e estimular pesquisadores brasileiros a abraçar esse desafio. Sabemos que esse é um vírus novo que, inicialmente, se apresentava com sintomas mais brandos que a dengue. Mas depois de ter sido associado à microcefalia e também a algumas lesões visuais, o quadro se tornou mais grave”, disse, acrescentando que o vírus age de maneira diferente no país. “Na África e na Ásia não há registro de relação da zika com a microcefalia, por exemplo, o que mostra que no Brasil ele é ligeiramente diferente”, disse. 

    A Finep apoiou o desenvolvimento dos kits que diagnosticam especificamente se a pessoa está com dengue, zika ou chikungunya. Ele disse que eles serão liberados para todo o país. “É um método de diagnóstico rápido e preciso”, comentou. Mas, ressalta que a única maneira de combater as doenças é prevenindo a infecção do homem pelo vírus e, por isso, é importante eliminar os focos do mosquito, evitando que ele se reproduza em áreas urbanas. 


    Prefeitura vai intensificar recolhimento de entulho na cidade

    Bomtempo afirmou que além dos mutirões, vai intensificar nos próximos dias a coleta de entulhos, problema grave que a cidade vem enfrentando, uma vez que o material depositado, geralmente próximo às caçambas de lixo, pode servir como criadouros do mosquito. Nesta semana, ele disse que volta com a equipe que estava atuando na limpeza do distrito de Pedro do Rio, que foi bastante afetado pelas chuvas deste ano, com inúmeros deslizamentos de barreiras e vai colocar máquinas e caminhões para trabalharem na coleta. Porém, o prefeito lembra que o entulho é de responsabilidade de quem o gerou, conforme previsto pelo Código de Posturas do município. O descarte irregular pode gerar multa de R$ 800,00. E Bomtempo disse que vai intensificar a ação de fiscalização para punir os responsáveis. 


    Volta do feriado é preocupante, diz secretário de Saúde

    Petrópolis confirmou apenas três casos de dengue este ano, mas esse número pode aumentar nos próximos meses. Marcus Curvello, secretário de Saúde, afirmou que a preocupação no momento é com as pessoas que estão voltando do feriado de carnaval. “Já estamos nos preparando para atender esse público, que foi para a Região dos Lagos e outras onde sabemos que há maior índice de contaminação pelo mosquito da dengue”, disse. Além disso, ele lembra que os meses considerados como pico da doença são março, abril e maio. 

    Marcus destacou que não há casos de zika e chikungunya na cidade e que o exame que comprova a zika é feito pelo Governo do Estado, porém com prioridade para gestantes. Sobre o combate ao mosquito, ele ressalta que a mobilização da sociedade é fundamental, uma vez que 98% dos mosquitos estão nas residências. “Sozinho, o poder público não consegue diminuir o problema”, alertou. 


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