• ‘A Vida da Gente’ começa a ser reprisada

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  • 01/03/2021 07:30
    Por Eliana Silva de Souza / Estadão

    Escrita por Lícia Manzo, A Vida da Gente começa a ser reapresentada nesta segunda, 1.º de março, no horário das 6, e, como a anterior, conta com direção de Jayme Monjardim. Primeira novela da autora, que vinha de colaborações em outros produtos da Globo, entrou no ar em 2011 e fez o público mergulhar em uma trama cheia de emoção, que rodeava a vida de três jovens que têm o destino alterado por um acidente trágico.

    Entram em cena as irmãs Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano), que têm uma ligação de amizade e companheirismo muito grande, mas que recebem tratamento diferente da mãe, Eva (Ana Beatriz Nogueira).

    Enquanto Ana, uma jovem promessa no tênis, tem toda a atenção da mãe, uma mulher controladora que vive para essa filha e sua trajetória de premiada atleta, Manuela é praticamente esquecida por essa mãe disfuncional.

    Eva é casada com Jonas (Paulo Betti), que é pai de Rodrigo (Rafael Cardoso) e Nanda (Maria Eduarda). Entre os conflitos inerentes a essa relação familiar, desponta o amor entre Ana e Rodrigo, que foram criados juntos desde criança, com o casamento dos pais.

    O envolvimento dos dois irmãos postiços é descoberto quando os pais estão se separando, o que tornará esse relacionamento impossível de se concretizar. Mas Ana engravida e sua mãe faz com que ela tenha a filha fora do País e que a criança seja apresentada como filha de Manuela. De volta ao País, Ana sofre um grave acidente e fica em coma.

    Ao jornal O Estado de S. Paulo, Lícia Manzo fala sobre inspiração para a criação da história. “Penso que o processo de criação mescla observação pessoal, experiências, leituras, filmes, canções, encontros, desencontros. Na época, duas pessoas com quem havia trabalhado, por diferentes razões, entraram em coma. E o desconforto de pensar nelas – estão vivas? estão mortas? – talvez tenha detonado meu interesse pelo tema”, revela.

    O coma é um estado misterioso estacionado entre a fina fronteira que separa vida e morte, diz a autora, que explica que, por isso “Ana, mesmo ausente, atravessa o cotidiano e as relações de todos os personagens”.

    Fernanda Vasconcellos lembra com carinho da época das gravações, a relação com colegas e como a história a faz refletir sobre lidar com a particularidade de cada ser humano. “Todos temos o bom e o ruim, e para conviver precisamos aceitar que todos temos defeitos, também erramos tentando acertar.”

    A protagonista revela que a novela A Vida da Gente a leva a pensar sobre enxergar nossos limites e os limites do outro. “O texto da Lícia é existencial, expõe a beleza e a limitação dos seus personagens.”

    Viver a Ana, para Fernanda, mostrou que “cada um tem o seu tempo interno para fazer escolhas, seguir caminhos e eu gosto exatamente disso na Ana: ela respeitou e aprendeu no tempo dela”, afirma.

    Ela avalia que viver esse amor entre as irmãs foi um aprendizado “porque a Marjorie é uma atriz que se deixa atravessar pelo personagem”. Essa postura da colega foi um momento intenso, pois “ver um profissional tão inteiro assim em cena é o melhor que se pode ter no trabalho e no resultado dele”, diz.

    Foi uma história que fez com o público ficasse dividido entre as protagonistas. “Porque entre elas o que prevalece é o amor, não tem certo e errado, tem o amor e como resolver as reviravoltas que aparecem na vida.”

    Guardando boas recordações desse trabalho, de colegas e das viagens para gravar no Rio Grande do Sul e em Bonito, Rafael Cardoso, que viveu seu primeiro protagonista na emissora, confessa que a responsabilidade era grande. “A expectativa por resultados me assustava um pouco. Mas deu tudo certo”.

    Do personagem, afirma que Rodrigo é um cara do bem, “uma alma boa e, dadas as circunstâncias, ele acaba se apaixonando pela irmã da mãe de sua filha, Manu, com quem já convivia”. Segundo o ator, interpretar o protagonista exigiu muito dele na época. “Mas acredito que todo personagem requer trabalho e atenção! Mas este, em particular, tinha uma grande carga dramática.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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